quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Bons professores e boas escolas
Qualificação e envolvimento dos professores, atividades extra-curriculares, infra-estrutura com laboratórios e a busca por uma formação humanizada que não prepare só para o vestibular são os segredos dos colégios particulares cujos alunos tiveram as notas mais altas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), divulgadas na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC).
Em São Paulo, no Colégio Vértice, cujos alunos foram os campeões na cidade e pagam R$ 1.900 de mensalidade, há 18 professores para o ensino médio e só três não trabalham exclusivamente na escola. "Aqui o professor não ganha por horas-aula. Ele dá a aula, mas também prepara projetos, tira dúvidas dos alunos", diz o diretor Victor Koloszuk.
No Colégio Bandeirantes, segundo colocado, as mensalidades custam R$ 1.428 e há professores que ganham até R$ 14 mil. Todos são incentivados a participar de congressos, recebem orientação para lidar com adolescentes e ganham ano sabático para pós-graduação.
A qualificação dos 30 professores também é destaque no Colégio Equipe, o melhor colocado no Recife. Cerca de 15% deles já são titulados e os demais estão cursando ou já terminaram especializações.
No Dom Barreto, de Teresina (PI), os 350 funcionários, do porteiro ao professor, passam constantemente por cursos de reciclagem. "No ano passado conseguimos que nove professores fizessem mestrado", afirma, com orgulho, Marcílio Rangel, diretor do Dom Barreto.
"Grande parte do sucesso se deve a uma equipe bem preparada, atualizada, bem informada e metodologicamente afinada", sintetiza o diretor Francisco Morales, do Colégio Santo Agostinho, de Belo Horizonte, mais bem colocado no ranking mineiro.
Os colégios cujos alunos obtiveram os melhores resultados também enfatizam a preocupação em proporcionar uma formação completa ao estudante, que englobe mais do que uma simples preparação para o vestibular. "Acreditamos que um contato maior do estudante com o conhecimento e com atividades que desenvolvam suas habilidades pode ter excelentes resultados", explica Débora Cruz Guimarães, diretora do Colégio Anglo-Brasileiro, o mais bem colocado de Salvador.
Em turno único, das 7h45 às 15 horas, além das aulas tradicionais, os alunos participam de classes de culinária, robótica, laboratório de informática e designer gráfico, entre outros. Freqüentam uma biblioteca atualizada com jornais e revistas e discutem temas atuais com professores-tutores. "Fazemos auto-avaliações constantes e discutimos com os alunos o que está ocorrendo no Brasil e no mundo", diz.
O Equipe, do Recife, acrescentou ao currículo aulas sobre preservação ambiental e empreendedorismo. Já no Santo Agostinho, o enfoque é "basicamente humanístico", segundo seu diretor. "Fazer o Enem ou um vestibular não significa o fim de nada. É sempre o reinício de mais uma etapa", filosofa Morales, para dizer que o colégio estimula o aluno a ver os desafios de entrar na universidade com mais "leveza".
Quanto ao comportamento em sala de aula, as orientações das instituições são bastante diversificadas e mostram que não há regra única de conduta para se obter bons resultados. No Colégio de São Bento, no Rio, que teve as melhores notas no país, só são aceitos alunos do sexo masculino e um dos pontos fortes é "bater na disciplina", segundo o reitor dom Tadeu de Albuquerque Lopes. No paulistano Colégio Bandeirantes não há uniforme e o aluno pode sair quando quiser, os pais monitoram as faltas por computador.
Segundo dom Tadeu, os pais que investem cerca de R$ 950 nas mensalidades do colégio querem deixar para os filhos a educação como herança. "Se a escola é exigente e a família não ampara, nada acontece. Boa parte dos alunos aqui são filhos de ex-alunos e vêem motivados pela família", explica. Eles são estimulados a ficar em regime de semi-internato, obrigatório no último ano.
A disciplina também é reforçada no Vértice. Os estudantes não podem sair sem permissão nem entrar sem uniforme. "Ninguém joga papel no lixo sem pedir licença ao professor", conta o aluno André Rauber, de 18 anos.
O Enem, que teve os resultados divulgados por escola e município pela primeira vez, é elaborado conforme as novas diretrizes curriculares do ensino médio: não é dividido em disciplinas e testa habilidades e competências dos alunos. Ou seja, não há medição de conteúdo e sim verificação de boa interpretação de textos, relações e leitura de gráficos.
(O Estado de S. Paulo)
domingo, 27 de dezembro de 2009
Que professor somos nós?
Para começar devemos evitar generalizações. O Brasil é muito grande e tem diferenças locais e regionais que exigem qualificações diferentes. De que escolas estamos falando? Escolas da periferia das grandes cidades ou do centro de uma pequena de cidade do interior de algum estado qualquer ou do centro de uma cidade grande? Isto exige tempo disponível para estudar outros assuntos fora da disciplina que o professor ensina e certamente recursos econômicos para financiar estes estudos Muitos alunos aparecem doentes e reclamam na sala de aula de dor de barriga, dor de garganta e muitas vezes com febre ou tossiam sem parar. Apresentam dislexia, apresentam problemas de aprendizagem devido ao precário desenvolvimento de suas habilidades motoras, de sua capacidade de discriminar, selecionar, classificar e de raciocinar. Outros chegam à escola com tanta fome que mal conseguem prestar atenção à aula ou ainda apresentam sinais de terem sidos violentados. O professor sente falta de noções de direito, de noções de saúde pública, de noções de pediatria, de psicologia infantil e de adolescentes e de adultos, de pedagogia, de arte, de teatro e de música. Sente falta de noções de técnicas de relaxamento, de técnicas de dinâmicas de classe de técnicas de apresentação em público. Como manter uma classe de 45 alunos estudando quando eles chegam a escola contando os tiroteios da noite e o assassinato de alguém na rua onde moram? Como ensinar noções de comportamento e respeito quando eles são violentados em todos os seus direitos? Como ensinar MMC e MDC a quem tem fome, a quem acabou de ver sua mãe ser espancada, a quem vê seu pai ou sua mãe chegar bêbado toda noite e criar todo tipo de problemas na vizinhança?
Que professor somos nós? Somos mágicos, e fazedores de milagres para transformar uma realidade catastrófica em algo aceitável socialmente, capaz de permitir uma existência saudável de pessoas felizes. Um professor sozinho faz pouco. Mesmo assim, a maioria faz muito mais do que seria possível, através de esforços sobre humanos, de dedicação, de muitas horas extras de trabalho e preocupação. Este pouco que cada professor faz, nas condições precárias em que muitas vezes trabalha, vem formando as pessoas que vem construindo este país. Um país cheio de sonhos, de grande potencial, de pessoas muito criativas, muito talentosas, e muitas vezes muito inteligentes.
Um salário mínimo decente, mais empregos, melhores condições de trabalho, mais tempo pago para formação do professores e profissionais em geral, boas bibliotecas, e boa música no ar fariam uma enorme diferença.
Ainda vamos dar aulas com micros online para cada aluno. O professor apresenta seu conteúdo em PowerPoint e os alunos acompanham a aula.. e o Twitter, o e-mail e as notícias.
sábado, 19 de dezembro de 2009
O professor
De que adianta fazermos provas?
Para que avaliar o professor, se a pedra preciosa, chamado aluno, não recebeu polimento em casa?
O que nos falta, então? A nós professores falta nos deixarem trabalhar.
E se quisermos continuar fazendo comparações, podemos dizer que a pedra preciosa que são os estudantes já é preciosa ao sair de casa. Em nossas mãos deverá receber aquele polimento que a ajudará brilhar. Mas esse brilho já lhe é implícito pela educação trazida do lar. De onde vem esse brilho que nós podemos evidenciar? De algo que vem de casa: dos valores éticos e posturas morais, da educação aprendida no lar, do respeito a si e ao outro, dos limites e concessões estabelecidos pela família, da seriedade com que pais e mães tratam seus filhos. Não podemos transformar um pedregulho num diamante, mas podemos transformar um diamante numa jóia preciosa com valor incalculável. Nós só agregamos valores ao valor que nos é entregue.
Sendo assim, para resgatarmos a autoridade do professor, com a qual ele poderá melhor desempenhar sua função é fazer com que cada instituição cumpra o seu papel para que todos construamos uma sociedade mais habitável. Escola não é casa de correção, mas espaço de ensino. Se os responsáveis pelos delinqüentes fizessem seu trabalho de coibição e correção sobraria espaço, nas escolas e na ação do professor, para desenvolver melhor seu trabalho; se as famílias estabelecerem os limites do que pode e não pode em relação ao outro, o professor poderá exercer melhor seu papel de lapidador de jóias raras. Mas não é o que ocorre. Pelo fato de outras instituições não fazerem aquilo para o que existem, acabam jogando todas as responsabilidades para a escola. E quem leva a chicotada é o professor.
No seu dia a dia de trabalho, o professor não tem tempo suficiente para estudar e devido ao excesso de aulas em duas ou três escolas, mal prepara a sua aula, baseando a aula no nível dos alunos. E pelo excesso de aulas o professor está desatualizado, tanto no conteúdo especifico, quanto nas propostas curriculares entre outras leituras pedagógicas necessárias. Um exemplo vivenciado nas escolas, um professor por vários anos prefere e gosta de dar aulas para alunos do ensino fundamental, 6º ano (antiga 5ª série). Esse professor domina todo o conteúdo da série, mas está desatualizado em relação às séries superiores. Qual será o resultado na “prova” elaborada pelos “especialistas” em educação da escola pública? A 10 ou 15 anos atrás nunca precisou avaliar professores e os alunos tinham um bom aproveitamento e não era porque os professores estavam mais bem preparados, mas sim porque o sistema educacional tanto na escola como em casa era diferente. Evidentemente hoje a realidade é outra (liberdade de expressão, democracia, estatuto do menor e do adolescente, etc) porém, o professor não tem culpa.
Imagem de professor
Imagem de professor
Há algum tempo venho me digladiando com um inimigo que não é facilmente identificável. Cheguei a pensar que encarnava dom Quixote, fazendo carga contra moinhos de vento, como quem deseja vencer um dragão; e nem tinha um Sancho Pança para me fazer companhia.
Mas minha batalha não é quixotesca. O dragão existe... e é cruel. Só que não anda por aí devorando donzelas nem enfrentando príncipes encantados. Esse dragão é meio indefinido na sua caracterização, mas muito eficiente em sua ação... nociva ação. Não é transgênico nem mutante, mas manifesta-se de varias formas.
Estou me referindo ao dragão que há algum tempo vem matando a imagem do professor. Como isso se manifesta?
Respondo: nas políticas de desincentivo à carreira de professor; em políticas salariais que retiram não o poder de compra – que isso os trabalhadores já perderam, faz tempo – mas a possibilidade de aquisição de ingrediente inovadores como livros e cursos de atualização; em legislação que retira (pelo menos na interpretação feita por muitos) a autoridade do professor, dando superpoderes a outros; na agressão física, verbal e institucional que muitos colegas têm sofrido; na desvalorização generalizada desse personagem, sem o qual nenhum imbecil, tirano ou santo conseguiria chegar aos postos de comando: no mundo dos negócios, na política, na sociedade...
O fato é que me sentia sozinho nessa cruzada. Então comecei a ler com mais atenção as manifestações que ocorrem aqui e ali. Foi assim que há alguns dias meus olhos viram uma chamada em um artigo de opinião, assinado pelo sociólogo Marcelo Coelho, na revista Carta na Escola. Só o título já era desafiador: "O status do professor em colapso". E do ladinho a chamada: "Se autoritarismo e educação não combinam, não vejo como haver educação sem um mínimo de respeito à autoridade"
Para ilustrar sua opinião o sociólogo faz alguns comentários contra o autoritarismo, mas a favor da preservação da autoridade do professor e de sua pessoa, constantemente ameaçados. Diz que "não faltam exemplos – quem trabalha na rede pública ou na particular sabe melhor do que eu – de professores espancados e ameaçados de morte pelos alunos, quando não intimidados pelos pais de alunos ou pelos traficantes que dominam o local". Isso que ele fala é uma constante em ascensão não só nos grandes centros mas também aqui ao nosso redor. Se você é professor sabe do que estou falando; se não é, veja os noticiários ou procure ouvir o que professores andam falando e como andam falando de seus medos... A evidencia essa tendência de desrespeito que gera o medo oriundo de um histórico de agressões, manifesta-se de duas formas: no crescente abandono da profissão, por parte de profissionais já formados; e na diminuição da procura por cursos de licenciatura, por parte dos candidatos nos vestibulares.
É evidente que em nossa profissão, como em qualquer outra, existem profissionais medíocres. Entre os médicos quantos são os exemplos de falta de profissionalismo ou de ação mercenária. Tanto que se fez necessário uma legislação impedindo a omissão de assistência por falta de pagamento; entre os advogados os exemplos de ação de profissional mau caráter também podem ser enumerados; entre dentistas, entre os contabilistas, entre os políticos, então, os noticiários não dão descanso... por isso não vou dizer que não convivamos com péssimos exemplos de professores. Mas isso não significa que todos os professores são mercenários; da mesma forma que, por eu ter recebido péssimo atendimento de algum médico ou enganado por um advogado, posso sair por ai dizendo que todos são larápios.
O que nos falta, então? A nós professores falta nos deixarem trabalhar.
E se quisermos continuar fazendo comparações, podemos dizer que a pedra preciosa que são os estudantes já é preciosa ao sair de casa. Em nossas mãos deverá receber aquele polimento que a ajudará brilhar. Mas esse brilho já lhe é implícito pela educação trazida do lar. De onde vem esse brilho que nós podemos evidenciar? De algo que vem de casa: dos valores éticos e posturas morais, da educação aprendida no lar, do respeito a si e ao outro, dos limites e concessões estabelecidos pela família, da seriedade com que pais e mães tratam seus filhos. Não podemos transformar um pedregulho num diamante, mas podemos transformar um diamante numa jóia preciosa com valor incalculável. Nós só agregamos valores ao valor que nos é entregue.
Sendo assim, para resgatarmos a autoridade do professor, com a qual ele poderá melhor desempenhar sua função é fazer com que cada instituição cumpra o seu papel para que todos construamos uma sociedade mais habitável. Escola não é casa de correção, mas espaço de ensino. Se os responsáveis pelos delinqüentes fizessem seu trabalho de coibição e correção sobraria espaço, nas escolas e na ação do professor, para desenvolver melhor seu trabalho; se as famílias estabelecerem os limites do que pode e não pode em relação ao outro, o professor poderá exercer melhor seu papel de lapidador de jóias raras. Mas não é o que ocorre. Pelo fato de outras instituições não fazerem aquilo para o que existem, acabam jogando todas as responsabilidades para a escola. E quem leva a chicotada é o professor.
O dragão está solto. Mas não estou só, contra ele. Não sou um novo dom Quixote, nem um vingador solitário. Eu e meus colegas somos professores querendo fazer aquilo que sabemos melhor do que ninguém: ajudar nossos alunos a aprender.
Fonte.:Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação,Filósofo, Teólogo, Historiador
domingo, 13 de dezembro de 2009
Família
A família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. É um grupo de pessoas, ou um número de grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou estipulada) a partir de um ancestral comum, matrimónio ou adoção. Nesse sentido o termo confunde-se com clã. Dentro de uma família existe sempre algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes directos. A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações.
Podemos então, definir família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interacção dos membros da mesma, considerando-a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transaccionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ ou função, havendo diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais (MINUCHIN,1990).
A primeira e fundamental estrutura a favor da “ecologia humana”é a família, no seio da qual o homem recebe as primeiras e determinantes noções acerca da verdade e do bem, aprende o que significa amar e ser amado e, consequentemente, o que quer dizer, em concreto, ser uma pessoa. Pensa-se aqui na família fundada sobre o matrimônio, onde a doação recíproca de si mesmo, por parte do homem e da mulher, cria um ambiente vital onde a criança pode nascer e desenvolver as suas potencialidades, tornar-se consciente da sua dignidade e preparar-se para enfrentar o seu único e irrepetível destino. Muitas vezes dá-se o inverso; o homem é desencorajado de realizar as autênticas condições da geração humana, e aliciado a considerar a si próprio e à sua vida mais como um conjunto de sensações a ser experimentadas do que como uma obra a realizar. Daqui nasce uma carência de liberdade que o leva a renunciar ao compromisso de se ligar estavelmente com outra pessoa e de gerar filhos, ou que o induz a considerar estes últimos como uma de tantas “coisas”que é possível ter ou não ter, segundo os próprios gostos, e que entram em concorrência com outras possibilidades. É necessário voltar a considerar a família como o santuário da vida. De fato, ela é sagrada: é o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigên- cias de um crescimento humano autêntico. Contra a denominada cultura da morte, a família constitui a sede da cultura da vida. (Centesimus Annus, n. 39)
O dever de educar mergulha as raízes na vocação primordial dos cônjuges à participação na obra criadora de Deus: gerando no amor e por amor uma nova pessoa, que traz em si a vocação ao crescimento e ao desenvolvimento, os pais assumem por isso mesmo o dever de ajudar eficazmente a viver uma vida plenamente humana. Como recordou o Concílio Vaticano II: “Os pais, que transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de educar a prole e, por isso, devem ser reconhecidos como os primeiros e principais educadores. Esta função educativa é de tanto peso que, onde não existir, dificilmente será suprida. Com efeito, é dever dos pais criar um ambiente de tal modo animado pelo amor, pela piedade para com Deus e para com os homens que favoreça a completa educação pessoal e social dos filhos. A família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais que todas as sociedades têm necessidade”(Gravissimum Educationis, n. 3). O direito-dever educativo dos pais qualifica-se como essencial, ligado como está com a transmissão da vida humana; como original e primário, em relação ao dever de educar dos outros, pela unicidade da relação de amor que subsiste entre padres e filhos; como insub- stituível e inalienável e, portanto, não delegável totalmente a outros ou por outros usurpável. (Familiaris Consortio, n. 36)
sábado, 5 de dezembro de 2009
Geometria
Comecei com o ângulo nulo
E continuei a aumentar.
Depois de passar por agudo,
Fiquei perpendicular.
Do obtuso fiz caso
Pois propus-me continuar.
Quando sobrevi o raso
Estava de pernas pr'o ar.
Assim não podia estar
Que me ofegava o respiro
Acabei por abraçar
O famoso ângulo de giro.
Mas que descontentamento.
Disse deveras irado.
Terminar sem fundamento
Onde tinha começado.
Dos ângulos não sou castiço
Nos trâmites da geometria
Fiquei farto e por isso
Tentei trigonometria.
Mandei vir os tais cossenos
E senos a acompanhar.
Fazer contas sem empenos,
Ver no que isto ia dar.
Do primeiro, o segundo
Queria determinar
Mas se bem que lá no fundo
Não sabia o que aplicar.
Procurei em toda a parte
Com afinco sem igual.
Encontrei com muita sorte
A fórmula fundamental.
Apressei-me a utilizar
A fórmula procurada
Só que tinha de operar
Com a raíz quadrada.
Para isto não dar torto,
Tentei algo diferente
Pus um em cima do outro
Acabei numa tangente.
Mas são muito complicados
Estes temas seculares,
Meti esforços orientados
Pr'os polígonos regulares.
Representei um triângulo
Com a astúcia de um galeno
Era todo acutângulo
E parecia escaleno.
Apesar de traço áptero
Que adreguei desenhar
De isósceles era equilátero
Para ser um regular.
Já a fúria me ardia
Pois não era para mim.
Larguei a geometria
Para regar o jardim.
Sérgio O. Marques
“Pulseira do sexo” alarma escolas
Um modismo inocente apenas à primeira vista se espalhou em escolas do ensino fundamental das grandes cidades do Brasil e está fazendo com que direções de colégios tomem atitudes de orientação. São as pulseiras finas, coloridas e de silicone, que começaram a aparecer nos braços de pré-adolescentes e adolescentes de duas semanas para cá.
Diferentemente das pulseiras da campanha contra o câncer, promovida pelo ciclista Lance Armstrong e que viraram fenômeno mundial há cinco anos, os novos adereços fazem parte de um jogo de conotação sexual. Cada cor representa um ato afetivo, ou sexual, que vai desde um abraço a relações sexuais completas. Em teoria, a pessoa que teve a pulseira arrebentada precisa cumprir o que comanda a cor. O jogo teve início na Inglaterra, conhecido como Snap e as pulseiras naquele país são chamadas de “shag bands” (“pulseiras do sexo”, em tradução livre).
Em São Paulo, a novidade é facilmente encontrada em banquinhas de camelôs. Cada conjunto com 20 pulseiras custa R$ 2,50 em média. Elas são chamadas pelos vendedores de “pulseira da malhação”. O nome pode ser referência à gíria para beijo, ou à novela dirigida para o público adolescente que faz sucesso com a garotada. Mas também são conhecidas como “pulseira do sexo” e “pulseira da amizade”.
Novidade
As pulseiras começaram a aparecer há dez dias, nos braços de estudantes a partir de 10 anos de idade até de adolescentes de 15 anos.
Pais e professores precisam orientar as crianças e adolescentes para esse fato e “se alguém tiver de proibir, tem de ser os pais”, Enquanto isso, os professores orientam os poucos alunos que foram vistos usando as pulseiras.
A grande maioria nem sabia o que significavam as cores.
“A proibição vai causar maior curiosidade. Para as crianças, não passa de uma brincadeira, elas não entendem a conotação do ato. Os pais precisam conversar para explicar que isso pode ser um ato de desrespeito com o próprio corpo”. Explica-se que a partir dos 8 anos as crianças começam a diferenciar o masculino do feminino e a mostrar sentimento pelos colegas. Por isso alguns chamam um amigo de namorado, ou namorada, sem sequer trocar um beijo. O namoro nessa idade consiste em tomar o lanche juntos, por exemplo. Eles estão desenvolvendo o gostar, o diferenciar os sexos. Mas ainda não têm noção do que é desejo sexual, o que vão desenvolver somente na adolescência. No entanto, mesmo para adolescentes essa orientação sobre respeito ao corpo deve partir dos pais, que com calma precisam estabelecer os limites, determinado com diálogo.
Código das cores
Confira os significados das cores das pulseiras:
> Amarela – abraço
> Rosa – mostrar o peito
> Laranja – dentadinha de amor
> Roxa – beijo com a língua, talvez sexo
> Vermelha – dança erótica
> Verde – chupões no pescoço
> Branca – a menina escolhe o que quer
> Azul – sexo oral a ser praticado pela menina
> Preta – fazer sexo com quem arrancar a pulseira
> Dourado – fazer todos os citados acima
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Técnica Para a Redução de Stress
curtinha e funciona !
Se você está tendo, ou teve, uma semana infernal, siga estes 8 passos para reduzir o stress. Eu não acredito muito em técnicas modernas de redução de stress, mas esta realmente funciona...
1. Imagine-se perto de um rio com um lindo fundo de pedras.
2. A brisa fresca da montanha traz o canto dos pássaros até os seus ouvidos.
3. Ninguém, além de você, conhece este lugar secreto.
4. Você está totalmente separado do lugar caótico que chamamos "Civilização".
5. O som tranqüilo de uma pequena cascata enche tudo ao seu redor de serenidade.
6. A água é límpida e cristalina.
7. Você pode ver claramente o rosto da pessoa que você está afogando embaixo da água.
8. Viu?.. Você já está sorrindo...
domingo, 1 de novembro de 2009
A mulher brasileira
As mulheres têm um charme encantador e em todos os países sua beleza é indiscutível, mas as Mulheres Brasileiras tem um algo a mais que conquista a todos a primeira vista. Possui um charme todo especial e uma alegria contagiante faz tudo o que tem vontade estuda trabalham fora cuida da casa e ainda consegue tempo para estar sempre bela e com disposição para tudo.
A mulher brasileira luta por seus ideais e está sempre querendo melhorar a cada dia sendo no trabalho seja no lar sempre procuram ser mais do que o dia anterior. Precisam de elogios pois a beleza é fundamental para elas de dedicação e precisam ser reconhecidas quando fazem algo superior. A mulher brasileira é forte decidida e consegue tudo o que almejam com esforço e dedicação. Trabalham com o coração e faz tudo com muito capricho seja no escritório ou no lar trabalham muito sem se cansar e tudo isso sem perder o charme e a elegância que só a mulher brasileira tem no dia-a-dia e no mundo da moda 2008.
Mulher inteligente conquistando o mercado de trabalho em todos os aspectos e sempre com realizações surpreendedoras. A mulher brasileira conseguiu fazer do mercado de trabalho um sucesso com suas idéias e vitórias deixando todos admirados com tantas qualidades. Guerreira no mercado de trabalho, guerreira em casa com a família, pois além de trabalhar fora ainda precisa cuidar da casa e das pessoas que moram com ela e isso é uma luta e só vence as guerreiras. Mulher linda carinhosa e sempre com algo bom para oferecer. São educadas e sabem lutar pelo que querem sem desanimo e com tanta luta sempre chegam à vitória. As mulheres brasileiras gostam de moda e de praia com dias de sol e também de passear com os amigos e se divertir muito, pois vão ao parque, ao cinema, a lanchonetes e sempre com muito bom humor e alegria. O humor das mulheres brasileiras é bem variado alguns dias estão elétricas outro com raiva e até mesmo carente, mas são encantadoras e conseguem conquistara todos.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Ganhei na loteria. o que faço?
Quem nunca se pegou sonhando alto, fazendo planos? Ah se eu ganhasse na loteria eu faria... Entretanto, poucos são os que se preocupam em saber com antecedência o que é necessário para receber o prêmio. É importante que o ganhador tenha conhecimento de algumas informações para garantir o recebimento de seu prêmio com tranqüilidade e segurança.
Ao efetuar a aposta, confira o bilhete impresso pelo terminal, ele é o único comprovante para recebimento do prêmio. Se a sorte bater a sua porta e você for premiado fique atento às datas. Os prêmios de qualquer uma das loterias federais prescrevem em 90 dias da data do sorteio, ou seja, depois desse período, mesmo que a pessoa apareça com o bilhete, não terá mais direito ao prêmio. A Lei prevê que o valor dos prêmios não retirados seja repassado ao FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, programa responsável por ajudar na educação de 400 mil estudantes que cursaram ou ainda cursam o ensino superior.
Informação importante - Para os prêmios de até R$ 800,00 o apostador tem a comodidade de receber o prêmio em qualquer casa lotérica ou agência da CAIXA. Basta que ele apresente o bilhete para que a aposta seja conferida e validada no terminal, feito isso já pode sair com o dinheiro na mão.
Os prêmios acima de R$ 800,00 são pagos exclusivamente nas agências da CAIXA. É importante que o ganhador antes de se dirigir a uma agência da CAIXA coloque no verso do comprovante de aposta seu nome e CPF. Dessa forma, o apostador garante que ninguém mais poderá retirar o seu prêmio. Depois da validação do bilhete pela agência da CAIXA, o ganhador poderá receber o dinheiro de três maneiras: crédito em conta, cheque administrativo ou em espécie. Além disso, a CAIXA providencia a Declaração de Acréscimo Patrimonial ao ganhador do prêmio. Essa declaração servirá para efeitos de comprovação de renda na Declaração Anual junto a Receita Federal.
Depois de conferido e efetuado o pagamento, o bilhete premiado é retido na unidade pagadora (casa lotérica ou agência da CAIXA). Portanto, não há como guardar o bilhete para coleção ou lembrança.
Orientação Financeira - Após o lançamento da Loteca em 1970, que ofereceu prêmios de valores significativos para a época, a CAIXA criou um serviço especializado na orientação dos sortudos que ganham nas Loterias Federais. A criação do serviço surgiu na década de (70) quando uma lavadeira, Sebastiana Dias, moradora de Goiânia (GO), ganhou, sozinha, o maior prêmio pago até então a um apostador brasileiro: três milhões e quatrocentos mil cruzeiros. Como ela não sabia o que fazer com a fortuna, uma comissão de assessoramento - composta por empregados das áreas de loterias e finanças da CAIXA - foi montada e colocada à disposição da apostadora.
Desde então a orientação passou a ser oferecida a todos os apostadores que recebem grandes prêmios e que pedem assessoria para conhecer formas de ampliar o patrimônio recebido.
O ganhador que quiser contar com a orientação em como aplicar o dinheiro ganho com as Loterias Federais deve solicitar informações aos gerentes da própria agência da CAIXA.
Assessoria de Imprensa LOTERIAS CAIXA
Telefone: (61) 3206-4798 / 3206-4465
Fax: (61) 3206-4797
E-mail: gelot01@caixa.gov.br
Ao efetuar a aposta, confira o bilhete impresso pelo terminal, ele é o único comprovante para recebimento do prêmio. Se a sorte bater a sua porta e você for premiado fique atento às datas. Os prêmios de qualquer uma das loterias federais prescrevem em 90 dias da data do sorteio, ou seja, depois desse período, mesmo que a pessoa apareça com o bilhete, não terá mais direito ao prêmio. A Lei prevê que o valor dos prêmios não retirados seja repassado ao FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, programa responsável por ajudar na educação de 400 mil estudantes que cursaram ou ainda cursam o ensino superior.
Informação importante - Para os prêmios de até R$ 800,00 o apostador tem a comodidade de receber o prêmio em qualquer casa lotérica ou agência da CAIXA. Basta que ele apresente o bilhete para que a aposta seja conferida e validada no terminal, feito isso já pode sair com o dinheiro na mão.
Os prêmios acima de R$ 800,00 são pagos exclusivamente nas agências da CAIXA. É importante que o ganhador antes de se dirigir a uma agência da CAIXA coloque no verso do comprovante de aposta seu nome e CPF. Dessa forma, o apostador garante que ninguém mais poderá retirar o seu prêmio. Depois da validação do bilhete pela agência da CAIXA, o ganhador poderá receber o dinheiro de três maneiras: crédito em conta, cheque administrativo ou em espécie. Além disso, a CAIXA providencia a Declaração de Acréscimo Patrimonial ao ganhador do prêmio. Essa declaração servirá para efeitos de comprovação de renda na Declaração Anual junto a Receita Federal.
Depois de conferido e efetuado o pagamento, o bilhete premiado é retido na unidade pagadora (casa lotérica ou agência da CAIXA). Portanto, não há como guardar o bilhete para coleção ou lembrança.
Orientação Financeira - Após o lançamento da Loteca em 1970, que ofereceu prêmios de valores significativos para a época, a CAIXA criou um serviço especializado na orientação dos sortudos que ganham nas Loterias Federais. A criação do serviço surgiu na década de (70) quando uma lavadeira, Sebastiana Dias, moradora de Goiânia (GO), ganhou, sozinha, o maior prêmio pago até então a um apostador brasileiro: três milhões e quatrocentos mil cruzeiros. Como ela não sabia o que fazer com a fortuna, uma comissão de assessoramento - composta por empregados das áreas de loterias e finanças da CAIXA - foi montada e colocada à disposição da apostadora.
Desde então a orientação passou a ser oferecida a todos os apostadores que recebem grandes prêmios e que pedem assessoria para conhecer formas de ampliar o patrimônio recebido.
O ganhador que quiser contar com a orientação em como aplicar o dinheiro ganho com as Loterias Federais deve solicitar informações aos gerentes da própria agência da CAIXA.
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domingo, 11 de outubro de 2009
O ano-luz e as distâncias cósmicas
Muitas pessoas costumam ter dúvidas sobre o que significa ano-luz. A causa disso deve ser a palavra ano, que desvia a nossa atenção para a grandeza tempo.
Se alguém por aqui me perguntar qual é a distância de Uberlândia até Uberaba, eu posso dar uma resposta direta, em quilômetros (cerca de 100 km), ou dizer que Uberaba está a 1 hora de carro. Este exemplo deixa claro que, embora eu tenha citado um tempo (1 hora), estou querendo dar a idéia de uma distância. Mas, para que isso funcione, a velocidade do carro deve estar definida ou suposta. No caso, acredita-se que ela seja algo em torno de 100 km/h, nossa média nas estradas. Para fazer uma analogia com o ano-luz, eu poderia dizer que a distância entre essas duas cidades é de 1 hora-carro.
O ano-luz é, então, uma unidade de comprimento. Ela corresponde ao espaço percorrido por um raio de luz em 1 ano. Portanto, é uma medida grande demais para nossas aplicações comuns aqui na Terra, porque a luz é muito rápida e vai bem longe em 1 ano. Essa unidade se destina a marcar distâncias no espaço cósmico, entre as estrelas de uma mesma galáxia ou entre galáxias distintas. Ela é útil para os astrônomos.
Para calcular quanto mede 1 ano-luz em quilômetros, você precisa saber que a velocidade da luz no vácuo é de 299792,458 quilômetros por segundo (km/s) e que o ano da definição é o do nosso calendário, chamado de Ano Gregoriano Médio, que é de 365,2425 dias. Então, se a cada segundo de tempo a luz percorre 299792,458 km, ela vai andar 60 vezes mais em 1 minuto, o que dá 17987547,48 km. Se anda isso em 1 minuto, vai andar 60 vezes mais em 1 hora, o que dá 1079252848,8 km. Se anda isso em 1 hora, vai andar 24 vezes mais em 1 dia, o que dá 25902068371,2 km. Finalmente, se anda isso em 1 dia, vai andar 365,2425 vezes mais em 1 ano, o que dá 9460536207068,016 km.
Para não trabalhar com tantos algarismos assim, você pode usar para o ano-luz um valor de 9,460536 trilhões de quilômetros ou, menos precisamente, 9,5 trilhões de quilômetros ou, para cálculos mentais aproximados, 10 trilhões de quilômetros. Como já esperávamos, é uma medida grande e que corresponde a quase 63240 vezes a distância média da Terra ao Sol, mas que não é muito quando comparada ao tamanho do Universo.
Para você ter uma idéia das distâncias cósmicas, saiba que um raio de luz que parte da Terra chega até a Lua em 1,3 segundo e até o Sol em 8 minutos e 19 segundos. Para atravessar o Sistema Solar de um lado a outro, um raio de luz precisa de 11 horas. Para ir daqui até Alpha Centauri, 4 anos e alguns meses. Para atravessar a Via Láctea, pelo menos 100 mil anos. Até a Galáxia de Andrômeda, uma das mais próximas, cerca de 2 milhões e 300 mil anos. Mas para ir daqui aos limites do Universo observável, a viagem de um raio de luz deve durar, talvez, uns 14 bilhões de anos. Por aí você pode ver que o Universo é mesmo muito grande, se não for infinito.
Com base nesses valores dos tempos gastos pela luz para realizar as viagens citadas acima, supostos corretos, podemos dizer que a distância da Terra à Lua é 1,3 segundo-luz e que a da Terra ao Sol é 8,3 minutos-luz. Podemos dizer também que o tamanho do Sistema Solar é 11 horas-luz, que a distância até Alpha Centauri é 4,3 anos-luz, que o diâmetro da Via Láctea é 100 mil anos-luz, que a distância até a Galáxia de Andrômeda é 2,3 milhões de anos-luz e que a parte visível do Universo é uma imensa esfera com cerca de 14 bilhões de anos-luz de raio.
Se alguém por aqui me perguntar qual é a distância de Uberlândia até Uberaba, eu posso dar uma resposta direta, em quilômetros (cerca de 100 km), ou dizer que Uberaba está a 1 hora de carro. Este exemplo deixa claro que, embora eu tenha citado um tempo (1 hora), estou querendo dar a idéia de uma distância. Mas, para que isso funcione, a velocidade do carro deve estar definida ou suposta. No caso, acredita-se que ela seja algo em torno de 100 km/h, nossa média nas estradas. Para fazer uma analogia com o ano-luz, eu poderia dizer que a distância entre essas duas cidades é de 1 hora-carro.
O ano-luz é, então, uma unidade de comprimento. Ela corresponde ao espaço percorrido por um raio de luz em 1 ano. Portanto, é uma medida grande demais para nossas aplicações comuns aqui na Terra, porque a luz é muito rápida e vai bem longe em 1 ano. Essa unidade se destina a marcar distâncias no espaço cósmico, entre as estrelas de uma mesma galáxia ou entre galáxias distintas. Ela é útil para os astrônomos.
Para calcular quanto mede 1 ano-luz em quilômetros, você precisa saber que a velocidade da luz no vácuo é de 299792,458 quilômetros por segundo (km/s) e que o ano da definição é o do nosso calendário, chamado de Ano Gregoriano Médio, que é de 365,2425 dias. Então, se a cada segundo de tempo a luz percorre 299792,458 km, ela vai andar 60 vezes mais em 1 minuto, o que dá 17987547,48 km. Se anda isso em 1 minuto, vai andar 60 vezes mais em 1 hora, o que dá 1079252848,8 km. Se anda isso em 1 hora, vai andar 24 vezes mais em 1 dia, o que dá 25902068371,2 km. Finalmente, se anda isso em 1 dia, vai andar 365,2425 vezes mais em 1 ano, o que dá 9460536207068,016 km.
Para não trabalhar com tantos algarismos assim, você pode usar para o ano-luz um valor de 9,460536 trilhões de quilômetros ou, menos precisamente, 9,5 trilhões de quilômetros ou, para cálculos mentais aproximados, 10 trilhões de quilômetros. Como já esperávamos, é uma medida grande e que corresponde a quase 63240 vezes a distância média da Terra ao Sol, mas que não é muito quando comparada ao tamanho do Universo.
Para você ter uma idéia das distâncias cósmicas, saiba que um raio de luz que parte da Terra chega até a Lua em 1,3 segundo e até o Sol em 8 minutos e 19 segundos. Para atravessar o Sistema Solar de um lado a outro, um raio de luz precisa de 11 horas. Para ir daqui até Alpha Centauri, 4 anos e alguns meses. Para atravessar a Via Láctea, pelo menos 100 mil anos. Até a Galáxia de Andrômeda, uma das mais próximas, cerca de 2 milhões e 300 mil anos. Mas para ir daqui aos limites do Universo observável, a viagem de um raio de luz deve durar, talvez, uns 14 bilhões de anos. Por aí você pode ver que o Universo é mesmo muito grande, se não for infinito.
Com base nesses valores dos tempos gastos pela luz para realizar as viagens citadas acima, supostos corretos, podemos dizer que a distância da Terra à Lua é 1,3 segundo-luz e que a da Terra ao Sol é 8,3 minutos-luz. Podemos dizer também que o tamanho do Sistema Solar é 11 horas-luz, que a distância até Alpha Centauri é 4,3 anos-luz, que o diâmetro da Via Láctea é 100 mil anos-luz, que a distância até a Galáxia de Andrômeda é 2,3 milhões de anos-luz e que a parte visível do Universo é uma imensa esfera com cerca de 14 bilhões de anos-luz de raio.
Resumindo tudo isso e repetindo, fica aqui a idéia importante de que o ano-luz serve para medir distâncias, não intervalos de tempo.
domingo, 27 de setembro de 2009
A indisciplina na sala de aula
A Indisciplina na sala de aula
Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado
Primeiro dia de aula. Professor novo. Turma pouco afeita ao estudo. No caminho para seus novos afazeres os corredores da escola não parecem nada animadores para o recém-chegado professor. Na sala de aula todos os alunos estão de pé, circulando despreocupadamente, sem qualquer tipo de compromisso com o trabalho que está apenas começando.
Querem falar de outros assuntos, mais próprios e interessantes em sua opinião para pessoas que, como eles, estão em idade para freqüentar o Ensino Médio. Matemática não lhes parece parte integrante dos conhecimentos que necessitam para sobreviver na selva que percebem em seus cotidianos. Jaime, seu novo professor, mal consegue se apresentar, pois é interrompido com menos de 10 minutos em sala de aula pelo acionamento do sinal que faz com que todos os alunos saiam rapidamente da classe.
É apenas mais uma entre várias “brincadeiras” promovidas pelos alunos para interromper o trabalho que está sendo desenvolvido. Numa outra aula, quando as primeiras páginas do livro estavam sendo abertas no capítulo sobre frações e porcentagens, surgem dois novos alunos, atrasados, que trazem consigo justificativas que lhes permitem permanecer na aula.
Nenhum dos dois tem os materiais apropriados e ainda desrespeitam o professor com gestos obscenos. Ao ser interpelado pelo professor no final da aula um dos estudantes diz que não tem qualquer interesse pelo que está sendo ensinado e, além disso, ameaça o professor.
Para desestabilizar ainda mais as aulas de matemática, os jovens amotinados passam a assistir a aula tendo a seu lado outras pessoas que, como eles, não estão dispostos a estudar e que, da mesma forma como os primeiros, querem ameaçar e boicotar os esforços de Jaime. Para piorar ainda mais a situação, entre os outros membros do corpo docente a descrença na capacidade dos estudantes também se faz notar.
Nas reuniões pedagógicas ou mesmo nos intervalos (na sala dos professores), fica claro para o novo professor de matemática que entre seus colegas de trabalho não há nenhuma perspectiva positiva quanto ao futuro de seus novos alunos. Nem mesmo entre os pais a educação é vista como uma possibilidade de crescimento, de amadurecimento e de melhores chances no futuro...
A seqüência de acontecimentos acima descrita poderia retratar fatos ocorridos em qualquer escola do Brasil. Apresenta o que para muitos que trabalham com educação seriam situações corriqueiras, do cotidiano de seu trabalho.
Trata-se, entretanto de um recorte feito a partir do filme “O Preço do Desafio” (Stand and Deliver), do diretor Ramon Menendez, produzido pela Warner Bros em 1988 a partir da história real de Jaime Escalante, um professor de matemática.
Quando nos referimos a Instituição Escolar, não podemos deixar de enfocar essa questão que suscita muitas dúvidas a educadores, diretores, pais e até mesmo a alunos: a indisciplina.
- O que é uma classe indisciplinada?
- O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
No ambiente escolar em que trabalho, as principais queixas dos professores relativamente à indisciplina são: falta de limite dos alunos, bagunça, tumulto, mau comportamento, desinteresse e desrespeito às figuras de autoridade da escola e também ao patrimônio; alguns professores apontam que os alunos não aprendem porque são indisciplinados em decorrência da não imposição de limites por seus familiares; o fracasso escolar seria então o resultado de problemas que estão fora da escola e que se manifestam dentro dela pela indisciplina; de acordo com esses professores, nada pode ser feito enquanto a sociedade não se modificar. Condutas como essas são também observadas em outras instituições particulares e em escolas públicas. Podemos afirmar que no mundo atual a maioria das escolas enfrenta estas questões, que perduram há anos, sofrendo obviamente alterações históricas de acordo com as contingências sócio-culturais.Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo. Nesses casos, os alunos são encaminhados ao Serviço de Orientação Educacional. Muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.
- Como agir nessa situação? De que forma ajudar?
O que é uma Classe Indisciplinada?
Para iniciarmos uma reflexão sobre essas questões, vamos destacar o que significa a palavra indisciplina a partir de algumas definições quanto ao termo.
Indisciplina – procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência, desordem, rebelião. (Dicionário Aurélio).
De acordo com o sociólogo francês François Dubet (1997), “a disciplina é conquistada todos os dias, é preciso sempre lembrar as regras do jogo, cada vez é preciso reinteressá-los, cada vez é preciso ameaçar, cada vez é preciso recompensar”. Isso nos coloca diante de um antônimo de indisciplina, nos lembrando que o respeito às regras dentro de uma instituição é de fundamental importância para o seu funcionamento pleno e que, conseqüentemente, a indisciplina representa a ameaça pela desobediência às regras estabelecidas. Por isso Dubet ressalta a necessidade dos professores relembrarem as regras e estimularem o seu cumprimento no decorrer do ano letivo.
Segundo o professor Júlio Groppa Aquino: ”O conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade.”
Groppa ressalta que a manutenção da disciplina era uma preocupação de muitas épocas como vemos em textos de Platão e nas confissões de Santo Agostinho, de como a sua vida de professor era amargurada pela indisciplina dos jovens que perturbavam “a ordem instituída para seu próprio bem”.
Diante dessa idéia de Júlio Groppa, não podemos deixar de lembrar da forma como as escolas até os anos 1960, conseguiam fazer com que seus alunos se comportassem. A disciplina era imposta de forma autoritária, com ameaças e castigos.
Os educandos temiam as punições e esse medo levava a obediência e a subordinação. Além de submetidos a uma rigorosa fiscalização, não podiam se posicionar utilizando-se de questionamentos e reflexões. Os professores eram considerados modelos e, em virtude do conhecimento que possuíam, agiam como donos do saber.
“A educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (Freire, 1998) por isso passa a ser chamada de “educação bancária”. Segundo a educadora Rosana Ap. Argento Ribeiro, “a educação bancária é classificada também como domesticadora, porque leva o aluno a memorização dos conteúdos transmitidos, impedindo o desenvolvimento da criatividade e sua participação ativa no processo educativo, tornando-o submisso perante as ações opressoras de uma sociedade excludente. O papel da disciplina na educação bancária é fundamental para o sucesso da aprendizagem do aluno. Nela, a obediência e o silêncio dos alunos são aspectos importantes para garantir que os conteúdos sejam transmitidos pelos professores”.
Atualmente, nos primeiros anos do século XXI, estamos vivendo num outro contexto. Influenciados por mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais, professores e alunos, e mesmo a própria instituição escolar, assumem um papel diferente na sociedade. Nessa nova realidade a educação bancária já não deveria ser aplicada dentro das escolas.
Acredita-se hoje que os professores devem estar mais preocupados com seu aperfeiçoamento, permitindo que seus alunos questionem, tirem suas dúvidas, se posicionem. Enquanto os alunos, por sua vez, têm mais acesso à informação, se consideram livres para questionar, criar e participar. Outro aspecto importante quanto à educação no 3° milênio refere-se ao fato de que a instituição escolar deveria estar mais aberta para a participação dos pais e da comunidade em suas atividades e mesmo, nas propostas curriculares.
François Dubet reforça a idéia de que “os professores mais eficientes são, em geral, aqueles que acreditam que os alunos podem progredir, aqueles que têm confiança nos alunos. Os mais eficientes são também os professores que vêem os alunos como eles são e não como eles deveriam ser”.
Quanto às afirmações anteriores percebo em minha realidade que alguns professores se mostram preocupados quanto a sua formação e prática profissional enquanto uma quantidade expressiva ainda demonstra grande resistência à reflexão e ao aperfeiçoamento do seu trabalho por se considerarem experientes e prontos para o exercício do magistério.
No que se refere aos estudantes é possível verificar que há um grande incentivo da família quanto aos estudos e ao mesmo tempo há um maior acesso a recursos que facilitam e promovem o processo de ensino-aprendizagem, como livros, computadores, internet, revistas, jornais, filmes... Essa circunstância realmente os torna mais críticos, questionadores e participativos. Porém, nem todos conseguem utilizar essas ferramentas de forma consciente e produtiva.
Os pais, por sua vez, comparecem a escola para presenciar a apresentação de trabalhos realizados por seus filhos apenas como observadores, sem posicionamentos mais efetivos e críticos. Há, porém baixo índice de comparecimento nas reuniões solicitadas pela escola, especialmente entre os pais cujos filhos freqüentam turmas da sexta série do ensino fundamental ao ensino médio.
O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
Sabemos que para obter disciplina em qualquer ambiente em que vivemos não podemos deixar de falar de respeito. Segundo Tardeli (2003), o tema respeito está centralizado na moralidade. Isso quer dizer que cada pessoa tem, junto com sua vida intelectual, afetiva, religiosa ou fantasiosa, uma vida moral. E o primeiro a atribuir um significado a moralização e inserir no conceito de ética foi o filósofo Demócrito.
Sabemos que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.
Será que sabemos ouvir nossos alunos? O diálogo envolve o respeito em saber ouvir e entender nossos alunos, mostrando a eles nossa preocupação com suas opiniões e com suas atitudes e o nosso interesse em poder dar a assistência necessária ao aperfeiçoamento do seu processo de aprendizagem.
É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos. Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais” .Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.
O professor passa a se preocupar com a motivação de seus alunos, tendo maior compromisso com seu projeto pedagógico e as questões afetivas, obtendo dessa forma uma relação verdadeira com seus educandos. Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtendo dessa forma um melhor aproveitamento escolar.
Segundo Tardeli (2003), “Só se estabelece um encontro significativo quando o mestre incorpora o real sentido de sua função, que é orientar e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado pela relação de cooperação e respeito mútuos”.
Como agir nessa situação? De que forma ajudar?
Não podemos deixar de ter como foco em nosso trabalho o SER HUMANO. Precisamos valorizar as pessoas. Uma frase de Walt Disney ilustra bem essa idéia: “Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessário TER PESSOAS para transformar seu sonho em realidade”. Estamos envolvidos com pessoas em nosso dia a dia: alunos, professores, pais, coordenadores, orientadores e diretores e, por isso, precisamos aprender a trabalhar em equipe para obter uma instituição forte, competente e coesa. A qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, onde cada profissional é importante e cada aluno também. A escola é uma organização humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum.
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=733
Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado Graduada em Pedagogia; Especializada em Orientação Educacional; Pós-Graduada em Psicopedagogia; Atua como Orientadora Educacional no Colégio Poliedro de São José dos Campos – SP.
Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado
Primeiro dia de aula. Professor novo. Turma pouco afeita ao estudo. No caminho para seus novos afazeres os corredores da escola não parecem nada animadores para o recém-chegado professor. Na sala de aula todos os alunos estão de pé, circulando despreocupadamente, sem qualquer tipo de compromisso com o trabalho que está apenas começando.
Querem falar de outros assuntos, mais próprios e interessantes em sua opinião para pessoas que, como eles, estão em idade para freqüentar o Ensino Médio. Matemática não lhes parece parte integrante dos conhecimentos que necessitam para sobreviver na selva que percebem em seus cotidianos. Jaime, seu novo professor, mal consegue se apresentar, pois é interrompido com menos de 10 minutos em sala de aula pelo acionamento do sinal que faz com que todos os alunos saiam rapidamente da classe.
É apenas mais uma entre várias “brincadeiras” promovidas pelos alunos para interromper o trabalho que está sendo desenvolvido. Numa outra aula, quando as primeiras páginas do livro estavam sendo abertas no capítulo sobre frações e porcentagens, surgem dois novos alunos, atrasados, que trazem consigo justificativas que lhes permitem permanecer na aula.
Nenhum dos dois tem os materiais apropriados e ainda desrespeitam o professor com gestos obscenos. Ao ser interpelado pelo professor no final da aula um dos estudantes diz que não tem qualquer interesse pelo que está sendo ensinado e, além disso, ameaça o professor.
Para desestabilizar ainda mais as aulas de matemática, os jovens amotinados passam a assistir a aula tendo a seu lado outras pessoas que, como eles, não estão dispostos a estudar e que, da mesma forma como os primeiros, querem ameaçar e boicotar os esforços de Jaime. Para piorar ainda mais a situação, entre os outros membros do corpo docente a descrença na capacidade dos estudantes também se faz notar.
Nas reuniões pedagógicas ou mesmo nos intervalos (na sala dos professores), fica claro para o novo professor de matemática que entre seus colegas de trabalho não há nenhuma perspectiva positiva quanto ao futuro de seus novos alunos. Nem mesmo entre os pais a educação é vista como uma possibilidade de crescimento, de amadurecimento e de melhores chances no futuro...
A seqüência de acontecimentos acima descrita poderia retratar fatos ocorridos em qualquer escola do Brasil. Apresenta o que para muitos que trabalham com educação seriam situações corriqueiras, do cotidiano de seu trabalho.
Trata-se, entretanto de um recorte feito a partir do filme “O Preço do Desafio” (Stand and Deliver), do diretor Ramon Menendez, produzido pela Warner Bros em 1988 a partir da história real de Jaime Escalante, um professor de matemática.
Quando nos referimos a Instituição Escolar, não podemos deixar de enfocar essa questão que suscita muitas dúvidas a educadores, diretores, pais e até mesmo a alunos: a indisciplina.
- O que é uma classe indisciplinada?
- O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
No ambiente escolar em que trabalho, as principais queixas dos professores relativamente à indisciplina são: falta de limite dos alunos, bagunça, tumulto, mau comportamento, desinteresse e desrespeito às figuras de autoridade da escola e também ao patrimônio; alguns professores apontam que os alunos não aprendem porque são indisciplinados em decorrência da não imposição de limites por seus familiares; o fracasso escolar seria então o resultado de problemas que estão fora da escola e que se manifestam dentro dela pela indisciplina; de acordo com esses professores, nada pode ser feito enquanto a sociedade não se modificar. Condutas como essas são também observadas em outras instituições particulares e em escolas públicas. Podemos afirmar que no mundo atual a maioria das escolas enfrenta estas questões, que perduram há anos, sofrendo obviamente alterações históricas de acordo com as contingências sócio-culturais.Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo. Nesses casos, os alunos são encaminhados ao Serviço de Orientação Educacional. Muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.
- Como agir nessa situação? De que forma ajudar?
O que é uma Classe Indisciplinada?
Para iniciarmos uma reflexão sobre essas questões, vamos destacar o que significa a palavra indisciplina a partir de algumas definições quanto ao termo.
Indisciplina – procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência, desordem, rebelião. (Dicionário Aurélio).
De acordo com o sociólogo francês François Dubet (1997), “a disciplina é conquistada todos os dias, é preciso sempre lembrar as regras do jogo, cada vez é preciso reinteressá-los, cada vez é preciso ameaçar, cada vez é preciso recompensar”. Isso nos coloca diante de um antônimo de indisciplina, nos lembrando que o respeito às regras dentro de uma instituição é de fundamental importância para o seu funcionamento pleno e que, conseqüentemente, a indisciplina representa a ameaça pela desobediência às regras estabelecidas. Por isso Dubet ressalta a necessidade dos professores relembrarem as regras e estimularem o seu cumprimento no decorrer do ano letivo.
Segundo o professor Júlio Groppa Aquino: ”O conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade.”
Groppa ressalta que a manutenção da disciplina era uma preocupação de muitas épocas como vemos em textos de Platão e nas confissões de Santo Agostinho, de como a sua vida de professor era amargurada pela indisciplina dos jovens que perturbavam “a ordem instituída para seu próprio bem”.
Diante dessa idéia de Júlio Groppa, não podemos deixar de lembrar da forma como as escolas até os anos 1960, conseguiam fazer com que seus alunos se comportassem. A disciplina era imposta de forma autoritária, com ameaças e castigos.
Os educandos temiam as punições e esse medo levava a obediência e a subordinação. Além de submetidos a uma rigorosa fiscalização, não podiam se posicionar utilizando-se de questionamentos e reflexões. Os professores eram considerados modelos e, em virtude do conhecimento que possuíam, agiam como donos do saber.
“A educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (Freire, 1998) por isso passa a ser chamada de “educação bancária”. Segundo a educadora Rosana Ap. Argento Ribeiro, “a educação bancária é classificada também como domesticadora, porque leva o aluno a memorização dos conteúdos transmitidos, impedindo o desenvolvimento da criatividade e sua participação ativa no processo educativo, tornando-o submisso perante as ações opressoras de uma sociedade excludente. O papel da disciplina na educação bancária é fundamental para o sucesso da aprendizagem do aluno. Nela, a obediência e o silêncio dos alunos são aspectos importantes para garantir que os conteúdos sejam transmitidos pelos professores”.
Atualmente, nos primeiros anos do século XXI, estamos vivendo num outro contexto. Influenciados por mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais, professores e alunos, e mesmo a própria instituição escolar, assumem um papel diferente na sociedade. Nessa nova realidade a educação bancária já não deveria ser aplicada dentro das escolas.
Acredita-se hoje que os professores devem estar mais preocupados com seu aperfeiçoamento, permitindo que seus alunos questionem, tirem suas dúvidas, se posicionem. Enquanto os alunos, por sua vez, têm mais acesso à informação, se consideram livres para questionar, criar e participar. Outro aspecto importante quanto à educação no 3° milênio refere-se ao fato de que a instituição escolar deveria estar mais aberta para a participação dos pais e da comunidade em suas atividades e mesmo, nas propostas curriculares.
François Dubet reforça a idéia de que “os professores mais eficientes são, em geral, aqueles que acreditam que os alunos podem progredir, aqueles que têm confiança nos alunos. Os mais eficientes são também os professores que vêem os alunos como eles são e não como eles deveriam ser”.
Quanto às afirmações anteriores percebo em minha realidade que alguns professores se mostram preocupados quanto a sua formação e prática profissional enquanto uma quantidade expressiva ainda demonstra grande resistência à reflexão e ao aperfeiçoamento do seu trabalho por se considerarem experientes e prontos para o exercício do magistério.
No que se refere aos estudantes é possível verificar que há um grande incentivo da família quanto aos estudos e ao mesmo tempo há um maior acesso a recursos que facilitam e promovem o processo de ensino-aprendizagem, como livros, computadores, internet, revistas, jornais, filmes... Essa circunstância realmente os torna mais críticos, questionadores e participativos. Porém, nem todos conseguem utilizar essas ferramentas de forma consciente e produtiva.
Os pais, por sua vez, comparecem a escola para presenciar a apresentação de trabalhos realizados por seus filhos apenas como observadores, sem posicionamentos mais efetivos e críticos. Há, porém baixo índice de comparecimento nas reuniões solicitadas pela escola, especialmente entre os pais cujos filhos freqüentam turmas da sexta série do ensino fundamental ao ensino médio.
O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
Sabemos que para obter disciplina em qualquer ambiente em que vivemos não podemos deixar de falar de respeito. Segundo Tardeli (2003), o tema respeito está centralizado na moralidade. Isso quer dizer que cada pessoa tem, junto com sua vida intelectual, afetiva, religiosa ou fantasiosa, uma vida moral. E o primeiro a atribuir um significado a moralização e inserir no conceito de ética foi o filósofo Demócrito.
Sabemos que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.
Será que sabemos ouvir nossos alunos? O diálogo envolve o respeito em saber ouvir e entender nossos alunos, mostrando a eles nossa preocupação com suas opiniões e com suas atitudes e o nosso interesse em poder dar a assistência necessária ao aperfeiçoamento do seu processo de aprendizagem.
É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos. Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais” .Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.
O professor passa a se preocupar com a motivação de seus alunos, tendo maior compromisso com seu projeto pedagógico e as questões afetivas, obtendo dessa forma uma relação verdadeira com seus educandos. Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtendo dessa forma um melhor aproveitamento escolar.
Segundo Tardeli (2003), “Só se estabelece um encontro significativo quando o mestre incorpora o real sentido de sua função, que é orientar e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado pela relação de cooperação e respeito mútuos”.
Como agir nessa situação? De que forma ajudar?
Não podemos deixar de ter como foco em nosso trabalho o SER HUMANO. Precisamos valorizar as pessoas. Uma frase de Walt Disney ilustra bem essa idéia: “Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessário TER PESSOAS para transformar seu sonho em realidade”. Estamos envolvidos com pessoas em nosso dia a dia: alunos, professores, pais, coordenadores, orientadores e diretores e, por isso, precisamos aprender a trabalhar em equipe para obter uma instituição forte, competente e coesa. A qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, onde cada profissional é importante e cada aluno também. A escola é uma organização humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum.
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=733
Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado Graduada em Pedagogia; Especializada em Orientação Educacional; Pós-Graduada em Psicopedagogia; Atua como Orientadora Educacional no Colégio Poliedro de São José dos Campos – SP.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
A indisciplina na sala de aula
Nesse texto, o autor expõe aspectos sobre a disciplina na escola, questão que tem se agravado nos últimos anos - houve um aumento significativo de casos de indisciplina dentro da sala de aula. Segundo o autor, será a partir da reflexão do professor sobre sua prática e uma possível mudança na sua forma de atuar, que poderemos observar uma transformação dos comportamentos na escola.
Vasconcellos propõe uma série de sugestões e caminhos interessantes que podem orientar esse percurso de reflexão e mudança.
"Acreditamos profundamente no professor; hoje ele pode ter um papel revolucionário (ainda que correndo o risco, ao afirmarmos isto, de sermos chamados de 'jurássicos', de utópicos). Esta onda neoliberal, que está aí quebrando todas as esperanças, tem muitos interesses não explicitados. O professor lida sim com a esperança, com a utopia; isto faz parte da essência do seu próprio trabalho." "Sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade é normal, especialmente no adolescente), no processo de constituição de sua personalidade. O que se critica é o autoritarismo, que é a negação da verdadeira autoridade, pois se baseia na coisificação, na domesticação do outro." "Sentimos necessidade de apontar para a mudança de enfoque: em vez de culpa, é preciso falarmos de responsabilidade. A culpa, por ser de 'fora para dentro', leva ao julgamento e à atitude de defesa, de transferência, de procurar jogar novamente para fora, buscando outro culpado; a preocupação maior acaba ficando em achar o culpado e não em resolver o problema. A responsabilidade, por ser algo mais de 'dentro para fora', chama para a ação, para o compromisso com a superação."
Publicação: Série Idéias n. 28. São Paulo: FDE, 1997Páginas: 227-252
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Como nasceu o chefe
Veja como nasceram os chefes (os malditos que fazem pressões sobre o humano e esquecem que também são humanos; os chamados líderes natos são raros):
No princípio da humanidade, quando Deus criou o corpo humano, os órgãos vitais do mesmo começaram a discutir sobre quem seria o chefe. O cérebro expôs: "eu devo ser o chefe já que ordeno o funcionamento de todos vocês". Os olhos argumentaram: "nós devíamos ser o chefe porque guiamos todo o corpo". O coração disse: "então eu deveria ser o chefe porque levo o sangue para que todos vocês funcionem". Nesse caso, disse o estômago: "eu serei o chefe porque os alimento a todos". As pernas declaram-se chefes porque, segundo elas, transportam todo o "corpo". Os demais órgãos indignaram-se pelo que cada um sentia, foi quando o cu pediu para ser ele o chefe. Todos se riram desta tirada que consideraram despropositada. E o cu declarou: "eu serei o chefe"... e negou-se a cagar durante 5 dias. O corpo estalava....!!!!!! O estômago sentia-se mal ...!!! Os olhos nublavam-se...!!!! O coração ameaçava parar ...!!!! As pernas tremiam ...!!!! ..... e então todos gritaram :"Salve grande cu , Chefe do Corpo!" E DESDE ENTÃO QUALQUER CUZÃO É CHEFE.
No princípio da humanidade, quando Deus criou o corpo humano, os órgãos vitais do mesmo começaram a discutir sobre quem seria o chefe. O cérebro expôs: "eu devo ser o chefe já que ordeno o funcionamento de todos vocês". Os olhos argumentaram: "nós devíamos ser o chefe porque guiamos todo o corpo". O coração disse: "então eu deveria ser o chefe porque levo o sangue para que todos vocês funcionem". Nesse caso, disse o estômago: "eu serei o chefe porque os alimento a todos". As pernas declaram-se chefes porque, segundo elas, transportam todo o "corpo". Os demais órgãos indignaram-se pelo que cada um sentia, foi quando o cu pediu para ser ele o chefe. Todos se riram desta tirada que consideraram despropositada. E o cu declarou: "eu serei o chefe"... e negou-se a cagar durante 5 dias. O corpo estalava....!!!!!! O estômago sentia-se mal ...!!! Os olhos nublavam-se...!!!! O coração ameaçava parar ...!!!! As pernas tremiam ...!!!! ..... e então todos gritaram :"Salve grande cu , Chefe do Corpo!" E DESDE ENTÃO QUALQUER CUZÃO É CHEFE.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Escolas particulares x Escolas públicas
Escolas particulares: professor é pago para fazer curso
Em colégios particulares, docentes são incentivados a melhorar a formação e salário pode passar dos R$ 4 mil.
Fonte: O Estado de São Paulo (07.06.2009)Simone Iwasso e Márcia Vieira .
Salários que podem passar dos R$ 4 mil, provas de seleção para iniciar a atividade e incentivo para participar de cursos de formação continuada fazem parte da realidade de professores que lecionam em escolas particulares de São Paulo e do Rio consideradas top.
Colégios privados que aparecem nos primeiros lugares no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos quais a mensalidade pode superar o investimento anual por aluno da escola pública, oferecem condições e orientação ao professor.
A situação é bem diferente da que ocorre na rede pública, onde quase um terço dos docentes nem terminou a faculdade e muitos não recebem o piso salarial estabelecido em lei.
Mas, assim como são mais valorizados, os professores das particulares convivem com uma cultura onde há cobrança de resultados. O trabalho é acompanhado de perto por supervisores e coordenadores que, ao perceberem problemas e dificuldades, interferem em busca de modificações. E a seleção para o emprego é feita com critérios rígidos, que incluem provas.
Em uma comparação, o ciclo de formação e condições dos professores é semelhante ao dos alunos: os que têm nível socioeconômico melhor e recebem estímulos acabam sendo mais bem formados e vão para as melhores escolas.
Com isso, o professor que recebeu uma formação precária, em uma faculdade pouco eficiente, acaba ficando com a opção de lecionar na rede pública.
DIFERENÇAS
No Colégio Pentágono, em São Paulo, por exemplo, o salário de um professor de ensino fundamental está em torno de R$ 4,5 mil. Os que lecionam para o ensino médio recebem cerca de R$ 7 mil. Já o professor da rede pública, em média, tem salário de R$ 1.335 mensais no País, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007.
No Colégio Bandeirantes, segundo colocado no último Enem na capital paulista, os professores interessados em fazer mestrado ou doutorado em instituições privadas têm seus cursos pagos e seus horários adaptados.
"Estudar é a palavra de ordem para todos aqui, não só para os alunos", resume o diretor da escola, Mauro Aguiar.
No Colégio São Bento, do Rio, primeiro colocado no País no Enem, professores são convocados e pagos para assistirem palestras de especialistas em educação durante o ano.
"Antigamente, os candidatos a professor já tinham uma bagagem de conhecimento muito grande, trazida de casa, da sua base escolar. Isso mudou radicalmente hoje, mas a formação continua a mesma e sendo feita no mesmo período de tempo. Não seria necessário pelo menos aumentar este tempo?", questiona Edgar Flexa Ribeiro, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio.
Há 40 anos trabalhando em educação - sua família é dona do Colégio Andrews, fundado há 90 anos -, Flexa Ribeiro se preocupa principalmente com a mudança do perfil do professor. "Mudam as Leis de Diretrizes e Bases da educação no País e os professores continuam sendo formados do mesmo jeito. Isso é preocupante", afirma.
Nos últimos anos, tem sido registrado um desinteresse de alunos mais bem preparados em seguir a carreira de professor. Estudantes de famílias das classes C e D têm buscado cursos ligados às licenciaturas, atraídos pela possibilidade de estabilidade no emprego garantida pelo funcionalismo público.
Dados do Ministério da Educação mostram que, além da mudança no perfil, há uma queda geral no interesse pela profissão, provocada pela desvalorização da carreira do magistério. O que acaba gerando falta de docentes para diversas disciplinas, principalmente física, química e sociologia, por exemplo. Em 2007, último dado disponível, 70 mil brasileiros se formaram em cursos de licenciatura, o que representa 4,5% menos do que no ano anterior. De 2005 a 2006, a redução havia sido de 9,3%.
Observação: O Ensino Público está defasado devido a falta de recursos, se as escolas contassem com uma melhor infra-estrutura e materiais que auxiliassem o aprendizado, certamente a realidade seria diferente. As instituições particulares já se superam nessa questão, elas fornecem apostilas e cobram muito maus dos seus alunos. A falta de especialização dos professores é outra questão a se analisar, o corpo docente se limita ao curso de licenciatura e são poucos os profissionais que investem na formação. Para melhorar a situação, o governo deve bancar a qualificação dos professores, assim eles terão mais conhecimentos para transmitir aos estudantes. Os indicadores da educação apontam que o Brasil tem sérias dificuldades no Ensino e está longe de conseguir o nível de paises como a Finlândia, que possui o melhor sistema de educação de todo o mundo.
Bons motivos para ser Professor
Apesar do baixo salário, das salas superlotadas e de muitos alunos indisciplinados, ainda podemos dizer que existem bons motivos para ser professor. Vou citar alguns e espero receber outros.
O Professor, é hoje em dia, um sedutor dos seus alunos. É isso mesmo, um sedutor. Além dos requisitos básicos que a profissão exige - idoneidade, moral ilibada, valores éticos, perseverança, dentre muitos -, ele ainda tem que usar de suas competências para cativar na sala de aula, o seu bem maior: o aluno! E é através de suas habilidades que ele passa a se declarar, a cortejar e até inovar em seus conhecimentos, para atrair e nunca permitir ao aluno sob a sua responsabilidade que esse perca a oportunidade de se tornar um cidadão cumpridor de suas obrigações. O prêmio por esse esforço vem em forma de honestidade social e intelectual.
Porém, antes de seduzir o aluno, o professor precisa ser seduzido pela educação, pela profissão que abarcou como sendo aquela que lhe completa. Deve se atualizar, diversificando seus conhecimentos, se apropriando de novas tecnologias, procurando estar sempre se reciclando e interagindo com seus colegas.
O que pensam alguns especialistas em educação.
Quem não ama o que faz dá pouco de si. Não se esforça. Bate cartão, cumpre protocolo. O amor move gestos e intenções, em qualquer profissão. Mais ainda naquelas em que se lida diretamente com pessoas. Que são diferentes de livros, armários, números... Tem coisa pior do que ser chamado de 26? Ou 12? Amor é vital. No trabalho, na vida, em tudo. Ao ver o rosto encantado e feliz da pequena aluna sob o olhar atento e carinhoso da professora, quem há de negar a importância do amor na educação? (Rubem Alves Educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas)
Ter um ideal e nunca esquecê-lo. Ser uma metamorfose ambulante em vez de ter aquela velha opinião formada sobre tudo, como cantava Raul Seixas. Não podemos deixar envelhecer sonhos, enrugar idéias. Quem perde a oportunidade de se renovar a cada dia, no contato com crianças e jovens cheios de desejos, desiste de viver, vira ultrapassado, neutro, passivo, incompetente, injusto consigo mesmo e seus alunos. Quem abandona ideais pára de ensinar a ter esperança no futuro.(Suzana Maringoni, leciona Matemática em Florianópolis, foi eleita Professora do Ano 2000 no Prêmio Victor Civita)
Ninguém defendeu mais do que Paulo Freire o direito de sermos sujeitos de nosso conhecimento, de conquistarmos liberdade e autonomia. Como educandos ou professores. Para isso, é preciso aprender a pensar, a refletir e a rever posições e julgamentos. Capacidades dificilmente adquiridas num ambiente chato, sem estímulo, sem diálogo. O pensar exige exercício, não só de fórmulas matemáticas ou regras gramaticais. Improvise, promova discussões, aproveite situações simples para desenvolver o raciocínio e a reflexão.(Paulo Freire, Educador -1921-1997)
Há apenas três décadas, eram pouco mais de 30% os brasileiros que moravam nas cidades. A vida era na roça. Hoje, a maioria das escolas está no asfalto e a poesia do campo ficou de lado, assim como o falar e o modo de ser caipira. O sertanejo não combina com o cibernético, o futurista e o moderno. Mas quem aprende a amar a terra e sua diversidade e desenvolve o domínio das muitas linguagens utilizadas pelo homem descobre a beleza e a sensibilidade de um quadro. De uma fotografia. De uma poesia de cordel.(Patativa do Assaré, Poeta e cantador cearense)
Muitos de nossos professores optaram pelo Magistério na infância. Giz sobre a parede de casa, imaginavam uma sala de aula cheia de alunos dóceis e interessados. Quando cresceram, a realidade se chocou com a brincadeira. Alguns desistiram. Outros continuam, sem muita esperança. Outros, ainda, amadureceram e passaram a encarar os desafios. Comprometimento e dedicação são seus principais aliados. São respeitados porque respeitam alunos de todos os tipos: brancos, negros, portadores de necessidades especiais, preguiçosos, amorosos, agressivos, inteligentes. (Raí, Ex-jogador de futebol, diretor da Fundação Gol de Letra, que atende 600 crianças em São Paulo e no Rio de Janeiro)
professor espera que, a cada nova lição, os alunos adquiram mais conhecimentos. Pois os mestres também têm muito a aprender. Quem se imagina pronto limita seus passos e se condena ao envelhecimento. O trabalho deve ser um aprendizado constante. Por meio dele nos transformamos, desenvolvemos habilidades. A formação não termina com um diploma na mão. Nem dois, nem três. Não se pode deixar de ler, freqüentar seminários, fazer cursos, refletir diariamente sobre o trabalho. Porque é preciso disseminar a importância do aprender.(Howard GardnerPsicólogo e professor da Universidade de Harvard (Estados Unidos), autor do livro Inteligências Múltiplas)
O Professor, é hoje em dia, um sedutor dos seus alunos. É isso mesmo, um sedutor. Além dos requisitos básicos que a profissão exige - idoneidade, moral ilibada, valores éticos, perseverança, dentre muitos -, ele ainda tem que usar de suas competências para cativar na sala de aula, o seu bem maior: o aluno! E é através de suas habilidades que ele passa a se declarar, a cortejar e até inovar em seus conhecimentos, para atrair e nunca permitir ao aluno sob a sua responsabilidade que esse perca a oportunidade de se tornar um cidadão cumpridor de suas obrigações. O prêmio por esse esforço vem em forma de honestidade social e intelectual.
Porém, antes de seduzir o aluno, o professor precisa ser seduzido pela educação, pela profissão que abarcou como sendo aquela que lhe completa. Deve se atualizar, diversificando seus conhecimentos, se apropriando de novas tecnologias, procurando estar sempre se reciclando e interagindo com seus colegas.
O que pensam alguns especialistas em educação.
Quem não ama o que faz dá pouco de si. Não se esforça. Bate cartão, cumpre protocolo. O amor move gestos e intenções, em qualquer profissão. Mais ainda naquelas em que se lida diretamente com pessoas. Que são diferentes de livros, armários, números... Tem coisa pior do que ser chamado de 26? Ou 12? Amor é vital. No trabalho, na vida, em tudo. Ao ver o rosto encantado e feliz da pequena aluna sob o olhar atento e carinhoso da professora, quem há de negar a importância do amor na educação? (Rubem Alves Educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas)
Ter um ideal e nunca esquecê-lo. Ser uma metamorfose ambulante em vez de ter aquela velha opinião formada sobre tudo, como cantava Raul Seixas. Não podemos deixar envelhecer sonhos, enrugar idéias. Quem perde a oportunidade de se renovar a cada dia, no contato com crianças e jovens cheios de desejos, desiste de viver, vira ultrapassado, neutro, passivo, incompetente, injusto consigo mesmo e seus alunos. Quem abandona ideais pára de ensinar a ter esperança no futuro.(Suzana Maringoni, leciona Matemática em Florianópolis, foi eleita Professora do Ano 2000 no Prêmio Victor Civita)
Ninguém defendeu mais do que Paulo Freire o direito de sermos sujeitos de nosso conhecimento, de conquistarmos liberdade e autonomia. Como educandos ou professores. Para isso, é preciso aprender a pensar, a refletir e a rever posições e julgamentos. Capacidades dificilmente adquiridas num ambiente chato, sem estímulo, sem diálogo. O pensar exige exercício, não só de fórmulas matemáticas ou regras gramaticais. Improvise, promova discussões, aproveite situações simples para desenvolver o raciocínio e a reflexão.(Paulo Freire, Educador -1921-1997)
Há apenas três décadas, eram pouco mais de 30% os brasileiros que moravam nas cidades. A vida era na roça. Hoje, a maioria das escolas está no asfalto e a poesia do campo ficou de lado, assim como o falar e o modo de ser caipira. O sertanejo não combina com o cibernético, o futurista e o moderno. Mas quem aprende a amar a terra e sua diversidade e desenvolve o domínio das muitas linguagens utilizadas pelo homem descobre a beleza e a sensibilidade de um quadro. De uma fotografia. De uma poesia de cordel.(Patativa do Assaré, Poeta e cantador cearense)
Muitos de nossos professores optaram pelo Magistério na infância. Giz sobre a parede de casa, imaginavam uma sala de aula cheia de alunos dóceis e interessados. Quando cresceram, a realidade se chocou com a brincadeira. Alguns desistiram. Outros continuam, sem muita esperança. Outros, ainda, amadureceram e passaram a encarar os desafios. Comprometimento e dedicação são seus principais aliados. São respeitados porque respeitam alunos de todos os tipos: brancos, negros, portadores de necessidades especiais, preguiçosos, amorosos, agressivos, inteligentes. (Raí, Ex-jogador de futebol, diretor da Fundação Gol de Letra, que atende 600 crianças em São Paulo e no Rio de Janeiro)
professor espera que, a cada nova lição, os alunos adquiram mais conhecimentos. Pois os mestres também têm muito a aprender. Quem se imagina pronto limita seus passos e se condena ao envelhecimento. O trabalho deve ser um aprendizado constante. Por meio dele nos transformamos, desenvolvemos habilidades. A formação não termina com um diploma na mão. Nem dois, nem três. Não se pode deixar de ler, freqüentar seminários, fazer cursos, refletir diariamente sobre o trabalho. Porque é preciso disseminar a importância do aprender.(Howard GardnerPsicólogo e professor da Universidade de Harvard (Estados Unidos), autor do livro Inteligências Múltiplas)
CNE sugere mudanças no ensino médio
Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo
As disciplinas não deverão desaparecer da grade horária. Mas a proposta é que a Teoria da Evolução, por exemplo, possa ser discutida na aula de Biologia, com destaque para a perspectiva da seleção natural; na de História, para que se possa compreender quem foi o naturalista inglês Charles Darwin e em que contexto viveu e formulou suas ideias; na de Filosofia, onde o debate entre o pensamento racionalista científico e os dogmas religiosos sustentados pela fé pode ser aprofundado; e até mesmo na de Português, se pensarmos em um trabalho de interpretação de textos do livro “A origem das espécies”. O desejo explícito e manifesto dos especialistas é combater os conteúdos estanques, integrar conhecimentos e incentivar a interdisciplinaridade, certamente um dos alicerces principais do projeto de reforma do ensino médio que está sendo discutido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e que deverá ser em breve encaminhado ao Ministério da Educação (MEC); se tudo der certo, as novidades deverão ser colocadas em prática já em 2010.
“O ensino médio está obsoleto, ultrapassado, é ainda aquele que foi formatado durante a era industrial. O aluno deixa esse nível de ensino totalmente desinteressado. É preciso virar o sistema de cabeça para baixo. O jovem quer uma escola que caiba na vida dele, que faça diferença e tenha sentidos e significados”, avalia Mozart Neves Ramos, membro do CNE e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em entrevista exclusiva ao site do SINPRO-SP. Essa analise é compartilhada por Lino de Macedo, professor da Universidade de São Paulo, que em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo de 10 de maio afirmou que “sempre foi e está cada vez mais difícil ser adolescente, pois dele são exigidas coisas de adulto, para as quais ele não tem interesse nem repertório. Ele está preocupado com sua inclusão em grupos, sua iniciação sexual, seus sonhos. Então, os adolescentes têm muitas decepções com essa escola que não olha para ele, que não é feita para ele, que não é pensada com ele”.
O próprio documento que tem servido como base para as discussões travadas pelo Conselho reconhece que o Brasil já foi capaz de “massificar o acesso, mas não garantiu democraticamente a permanência e, principalmente, um currículo capaz de promover uma aprendizagem que faça sentido para os jovens adolescentes”. O documento destaca ainda que “o acesso ao ensino médio é profundamente desigual entre grupos da população: apenas 24,9% de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos, dos 20% mais pobres da população, estudam no ensino médio, enquanto temos 76,3% de jovens estudando dos 20% mais ricos da população”. Segundo Ramos, que é também presidente do movimento Todos pela Educação, “é preciso quebrar paradigmas e romper esse círculo vicioso que afasta o jovem da escola”.
O primeiro passo para romper esse cenário de marasmo identificado pelos especialistas diz respeito à criação de quatro áreas temáticas – línguas, matemática, humanidades e ciências exatas e biológicas, que deverão ainda funcionar de forma articulada e harmônica. Ramos avalia que, atualmente, os professores das diferentes disciplinas dão seus conteúdos sem conversar entre eles, sem um saber o que o outro está trabalhando em sala de aula, sem estabelecer relações. “Queremos fortalecer a interdisciplinaridade, que é muito falada, mas pouco exercitada”, reforça. Segundo ele, as atuais doze disciplinas (Português, Matemática, Biologia, Física, Química, Geografia, História, Filosofia, Sociologia, Artes, Língua Estrangeira e Educação Física) não irão desaparecer, mas terão obrigatoriamente de trabalhar a partir de pontos de encontro e de projetos comuns. “Essa nova organização curricular pressupõe uma perspectiva de articulação interdisciplinar, voltada para o desenvolvimento de conhecimentos - saberes, competências, valores e práticas”, reforça o documento do CNE.
Colocar essa ideia em prática, admitem os conselheiros, não será tarefa das mais fáceis e significará investir com convicção em uma verdadeira revolução de mentalidades, que deverá atingir inclusive o ensino superior, onde os professores continuam sendo formados para trabalhar individualmente e de forma compartimentada, nos limites estritos de cada uma das disciplinas. Como então garantir que um educador da área de Química possa transitar com tranquilidade pelos conceitos da Física e da Biologia? “Certamente terá de se adaptar a essa nova realidade.Também sou professor e sei que somos muitas vezes avessos a mudanças. Mas vamos ter de incentivar de fato um espírito de universidade, de diversidade, e mudar principalmente o primeiro ano dos cursos superiores, para que estejam mais próximos e sintonizados com o último ano do ensino médio e a perspectiva da interdisciplinaridade”, diz Ramos.
As condições de trabalho também terão de ser enfrentadas. Não é possível imaginar que um sistema com essas novas características e demandas poderá funcionar a contento e com a qualidade desejada se os educadores continuarem sendo obrigados a dar conta de cargas horárias exaustivas e elevadíssimas, em três ou quatro escolas diferentes, responsabilizando-se por três ou quatro centenas de alunos. “Há que se criar espaços internos de encontro e interlocução, as reuniões se tornarão mais frequentes, a discussão sobre os rumos da escola deverá ser cotidiana. E os professores são certamente protagonistas desse processo e precisam ser valorizados”, completa Ramos. Os impactos da reforma serão sentidos ainda na hora das provas e das avaliações, que não raro costumam solicitar a memorização de conteúdos e são idealizadas a partir de modelos estanques e não integrados. Ao anunciar a matriz que deverá conduzir a preparação das questões que farão parte do próximo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Ministro da Educação, Fernando Haddad, disse em matéria publicada pelo portal G1 que “a prova privilegiará a interdisciplinaridade e a capacidade de compreensão de conteúdose não mais a chamada decoreba. Se um aluno compreende um fenômeno da natureza, sabe do que se trata, mas esqueceu a fórmula que é geralmente decorada, ele vai conseguir por outros meios chegar à resposta correta”. O ensino médio, portanto, terá de dar conta dessa filosofia. “A partir desse momento, inicia-se um processo de reforma curricular do ensino médio”, completou o ministro, ainda ao G1.
A intenção do CNE é também ampliar a carga horária total (três anos) das atuais 2.400 para 3.000 horas, reservando 20% desse total (600 horas) para que as escolas possam oferecer atividades extra-curiculares, que serão escolhidas pelos alunos, de acordo com os interesses de cada um. “Queremos incentivar e fortalecer atividades que muitas vezes já acontecem, como exposições de artes, eventos culturais e práticas em laboratórios de ciências, mas nem sempre vinculadas ao currículo tradicional. Teríamos espécies de incubadoras dentro das escolas, para dar vazão para a criatividade e o empreendedorismo dos estudantes”, explica Ramos.
Sobre o ritmo de implantação da reforma, os jornais noticiaram em um primeiro momento que as mudanças se dariam já a partir de 2010, provavelmente envolvendo as cem escolas com piores notas no ENEM. Mas Ramos é contra essa fórmula. “Creio que o sistema todo deva ser contemplado, estimulando cada rede e garantindo especificidades. Claro que você não muda uma cultura e as instituições da noite para o dia. Mas é preciso fazer movimentos que deem conta do conjunto. Por isso não concordo em envolver apenas as cem piores escolas”, reforça.Em conversa com o SINPRO-SP, Francisco Aparecido Cordão, membro do CNE e relator do projeto de reforma, afirmou que “a matéria será objeto de uma Audiência Pública Nacional na tarde do próximo dia 1º de junho e, se tudo der certo, terá condições de ser votada até o dia 4 de junho, para que o MEC possa negociar com os Estados possíveis acordos de Cooperação Técnica e Financeira nos meses de julho, agosto e setembro próximos, objetivando, efetivamente, implantar a proposta a partir do início de 2010”. Ele completa: “Todos estão convidados para a Audiência Pública que será realizada no Plenário do Conselho Nacional de Educação em 1º de junho”.
(Fonte: http://www.sinprosp.org.br/reportagens_entrevistas.asp?especial=235)
As disciplinas não deverão desaparecer da grade horária. Mas a proposta é que a Teoria da Evolução, por exemplo, possa ser discutida na aula de Biologia, com destaque para a perspectiva da seleção natural; na de História, para que se possa compreender quem foi o naturalista inglês Charles Darwin e em que contexto viveu e formulou suas ideias; na de Filosofia, onde o debate entre o pensamento racionalista científico e os dogmas religiosos sustentados pela fé pode ser aprofundado; e até mesmo na de Português, se pensarmos em um trabalho de interpretação de textos do livro “A origem das espécies”. O desejo explícito e manifesto dos especialistas é combater os conteúdos estanques, integrar conhecimentos e incentivar a interdisciplinaridade, certamente um dos alicerces principais do projeto de reforma do ensino médio que está sendo discutido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e que deverá ser em breve encaminhado ao Ministério da Educação (MEC); se tudo der certo, as novidades deverão ser colocadas em prática já em 2010.
“O ensino médio está obsoleto, ultrapassado, é ainda aquele que foi formatado durante a era industrial. O aluno deixa esse nível de ensino totalmente desinteressado. É preciso virar o sistema de cabeça para baixo. O jovem quer uma escola que caiba na vida dele, que faça diferença e tenha sentidos e significados”, avalia Mozart Neves Ramos, membro do CNE e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em entrevista exclusiva ao site do SINPRO-SP. Essa analise é compartilhada por Lino de Macedo, professor da Universidade de São Paulo, que em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo de 10 de maio afirmou que “sempre foi e está cada vez mais difícil ser adolescente, pois dele são exigidas coisas de adulto, para as quais ele não tem interesse nem repertório. Ele está preocupado com sua inclusão em grupos, sua iniciação sexual, seus sonhos. Então, os adolescentes têm muitas decepções com essa escola que não olha para ele, que não é feita para ele, que não é pensada com ele”.
O próprio documento que tem servido como base para as discussões travadas pelo Conselho reconhece que o Brasil já foi capaz de “massificar o acesso, mas não garantiu democraticamente a permanência e, principalmente, um currículo capaz de promover uma aprendizagem que faça sentido para os jovens adolescentes”. O documento destaca ainda que “o acesso ao ensino médio é profundamente desigual entre grupos da população: apenas 24,9% de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos, dos 20% mais pobres da população, estudam no ensino médio, enquanto temos 76,3% de jovens estudando dos 20% mais ricos da população”. Segundo Ramos, que é também presidente do movimento Todos pela Educação, “é preciso quebrar paradigmas e romper esse círculo vicioso que afasta o jovem da escola”.
O primeiro passo para romper esse cenário de marasmo identificado pelos especialistas diz respeito à criação de quatro áreas temáticas – línguas, matemática, humanidades e ciências exatas e biológicas, que deverão ainda funcionar de forma articulada e harmônica. Ramos avalia que, atualmente, os professores das diferentes disciplinas dão seus conteúdos sem conversar entre eles, sem um saber o que o outro está trabalhando em sala de aula, sem estabelecer relações. “Queremos fortalecer a interdisciplinaridade, que é muito falada, mas pouco exercitada”, reforça. Segundo ele, as atuais doze disciplinas (Português, Matemática, Biologia, Física, Química, Geografia, História, Filosofia, Sociologia, Artes, Língua Estrangeira e Educação Física) não irão desaparecer, mas terão obrigatoriamente de trabalhar a partir de pontos de encontro e de projetos comuns. “Essa nova organização curricular pressupõe uma perspectiva de articulação interdisciplinar, voltada para o desenvolvimento de conhecimentos - saberes, competências, valores e práticas”, reforça o documento do CNE.
Colocar essa ideia em prática, admitem os conselheiros, não será tarefa das mais fáceis e significará investir com convicção em uma verdadeira revolução de mentalidades, que deverá atingir inclusive o ensino superior, onde os professores continuam sendo formados para trabalhar individualmente e de forma compartimentada, nos limites estritos de cada uma das disciplinas. Como então garantir que um educador da área de Química possa transitar com tranquilidade pelos conceitos da Física e da Biologia? “Certamente terá de se adaptar a essa nova realidade.Também sou professor e sei que somos muitas vezes avessos a mudanças. Mas vamos ter de incentivar de fato um espírito de universidade, de diversidade, e mudar principalmente o primeiro ano dos cursos superiores, para que estejam mais próximos e sintonizados com o último ano do ensino médio e a perspectiva da interdisciplinaridade”, diz Ramos.
As condições de trabalho também terão de ser enfrentadas. Não é possível imaginar que um sistema com essas novas características e demandas poderá funcionar a contento e com a qualidade desejada se os educadores continuarem sendo obrigados a dar conta de cargas horárias exaustivas e elevadíssimas, em três ou quatro escolas diferentes, responsabilizando-se por três ou quatro centenas de alunos. “Há que se criar espaços internos de encontro e interlocução, as reuniões se tornarão mais frequentes, a discussão sobre os rumos da escola deverá ser cotidiana. E os professores são certamente protagonistas desse processo e precisam ser valorizados”, completa Ramos. Os impactos da reforma serão sentidos ainda na hora das provas e das avaliações, que não raro costumam solicitar a memorização de conteúdos e são idealizadas a partir de modelos estanques e não integrados. Ao anunciar a matriz que deverá conduzir a preparação das questões que farão parte do próximo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Ministro da Educação, Fernando Haddad, disse em matéria publicada pelo portal G1 que “a prova privilegiará a interdisciplinaridade e a capacidade de compreensão de conteúdose não mais a chamada decoreba. Se um aluno compreende um fenômeno da natureza, sabe do que se trata, mas esqueceu a fórmula que é geralmente decorada, ele vai conseguir por outros meios chegar à resposta correta”. O ensino médio, portanto, terá de dar conta dessa filosofia. “A partir desse momento, inicia-se um processo de reforma curricular do ensino médio”, completou o ministro, ainda ao G1.
A intenção do CNE é também ampliar a carga horária total (três anos) das atuais 2.400 para 3.000 horas, reservando 20% desse total (600 horas) para que as escolas possam oferecer atividades extra-curiculares, que serão escolhidas pelos alunos, de acordo com os interesses de cada um. “Queremos incentivar e fortalecer atividades que muitas vezes já acontecem, como exposições de artes, eventos culturais e práticas em laboratórios de ciências, mas nem sempre vinculadas ao currículo tradicional. Teríamos espécies de incubadoras dentro das escolas, para dar vazão para a criatividade e o empreendedorismo dos estudantes”, explica Ramos.
Sobre o ritmo de implantação da reforma, os jornais noticiaram em um primeiro momento que as mudanças se dariam já a partir de 2010, provavelmente envolvendo as cem escolas com piores notas no ENEM. Mas Ramos é contra essa fórmula. “Creio que o sistema todo deva ser contemplado, estimulando cada rede e garantindo especificidades. Claro que você não muda uma cultura e as instituições da noite para o dia. Mas é preciso fazer movimentos que deem conta do conjunto. Por isso não concordo em envolver apenas as cem piores escolas”, reforça.Em conversa com o SINPRO-SP, Francisco Aparecido Cordão, membro do CNE e relator do projeto de reforma, afirmou que “a matéria será objeto de uma Audiência Pública Nacional na tarde do próximo dia 1º de junho e, se tudo der certo, terá condições de ser votada até o dia 4 de junho, para que o MEC possa negociar com os Estados possíveis acordos de Cooperação Técnica e Financeira nos meses de julho, agosto e setembro próximos, objetivando, efetivamente, implantar a proposta a partir do início de 2010”. Ele completa: “Todos estão convidados para a Audiência Pública que será realizada no Plenário do Conselho Nacional de Educação em 1º de junho”.
(Fonte: http://www.sinprosp.org.br/reportagens_entrevistas.asp?especial=235)
Professores sofrem mais com problemas de voz, comprova estudo
Os professores sofrem mais com problemas de voz do que a população em geral e para boa parte deles esses problemas têm trazido limitações sérias para o exercício da profissão. É que o que mostra o estudo “Panorama epidemiológico sobre a voz do professor no Brasil”, feito pelo Centro de Estudos da Voz (CEV) e pelo Sindicato dos Professores de São Paulo (SINPRO), em associação à Universidade de Utah, nos Estados Unidos, cujos dados finais acabam de ser divulgados.
Mais de 63% dos professores relataram já terem tido alterações vocais, contra 35,3% daqueles que não exercem atividade docente; 15,7% dos professores tiverem que mudar de atividade dentro da escola em razão do agravo de sintomas vocais e mais de 16% consideram a necessidade de mudar de profissão no futuro pelo mesmo motivo.
A pesquisa também revela que é maior o número de professores que perderam dias de trabalho devido a problemas de voz do que aqueles que não exercem função docente. Enquanto os demais profissionais não chegam a perder um dia de trabalho devido a agravos da saúde vocal, os professores totalizam quase cinco dias perdidos, em média.
Em todos os 14 sintomas vocais apurados pela pesquisa – tais como rouquidão, dor de garganta e cansaço vocal – a incidência maior se dá entre os docentes. Tanto em problemas ocorridos no passado quanto com vivenciados na atualidade. E os professores relacionam, em percentuais bem mais elevados, os sintomas à sua atividade profissional.
“Os dados mostram que, no que refere à voz, os professores estão em situação de risco. Os problemas têm impacto significativo no trabalho docente. Isso só reforça a necessidade de um trabalho preventivo, de forma a alertar o professor sobre como fazer o uso consciente de sua voz, se possível ainda em sua formação, quando está na faculdade”, explica Fabiana Copelli Zambon, fonoaudióloga do SINPRO-SP e uma das autoras do estudo.
O “Panorama epidemiológico sobre a voz do professor no Brasil” reproduz uma pesquisa norte-americana, desenvolvida na Universidade de Utah. “Os resultados de lá também mostraram que os professores sofrem mais com problemas de voz”, informa Fabiana.
O estudo brasileiro ouviu professores de todos os estados brasileiros, das redes pública e privada, e também profissionais de outras áreas, sem qualquer relação com o exercício do magistério, totalizando 3.265 indivíduos.
As diferenças apuradas entre os dados dos professores e dos demais profissionais são de muita força estatística, o que mostra a difícil realidade docente no que se refere à saúde vocal.
Os dados da pesquisa brasileira serão apresentados no 17º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e 1º Congresso Ibero-Americano de Fonoaudiologia em outubro deste ano.
Mais de 63% dos professores relataram já terem tido alterações vocais, contra 35,3% daqueles que não exercem atividade docente; 15,7% dos professores tiverem que mudar de atividade dentro da escola em razão do agravo de sintomas vocais e mais de 16% consideram a necessidade de mudar de profissão no futuro pelo mesmo motivo.
A pesquisa também revela que é maior o número de professores que perderam dias de trabalho devido a problemas de voz do que aqueles que não exercem função docente. Enquanto os demais profissionais não chegam a perder um dia de trabalho devido a agravos da saúde vocal, os professores totalizam quase cinco dias perdidos, em média.
Em todos os 14 sintomas vocais apurados pela pesquisa – tais como rouquidão, dor de garganta e cansaço vocal – a incidência maior se dá entre os docentes. Tanto em problemas ocorridos no passado quanto com vivenciados na atualidade. E os professores relacionam, em percentuais bem mais elevados, os sintomas à sua atividade profissional.
“Os dados mostram que, no que refere à voz, os professores estão em situação de risco. Os problemas têm impacto significativo no trabalho docente. Isso só reforça a necessidade de um trabalho preventivo, de forma a alertar o professor sobre como fazer o uso consciente de sua voz, se possível ainda em sua formação, quando está na faculdade”, explica Fabiana Copelli Zambon, fonoaudióloga do SINPRO-SP e uma das autoras do estudo.
O “Panorama epidemiológico sobre a voz do professor no Brasil” reproduz uma pesquisa norte-americana, desenvolvida na Universidade de Utah. “Os resultados de lá também mostraram que os professores sofrem mais com problemas de voz”, informa Fabiana.
O estudo brasileiro ouviu professores de todos os estados brasileiros, das redes pública e privada, e também profissionais de outras áreas, sem qualquer relação com o exercício do magistério, totalizando 3.265 indivíduos.
As diferenças apuradas entre os dados dos professores e dos demais profissionais são de muita força estatística, o que mostra a difícil realidade docente no que se refere à saúde vocal.
Os dados da pesquisa brasileira serão apresentados no 17º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e 1º Congresso Ibero-Americano de Fonoaudiologia em outubro deste ano.
Boletos de multas de trânsito falsas!
Parece que a criatividade dos criminosos não tem mais fim! Fique esperto nos cruzamentos onde há os “Dedo-duros eletrônicos”, aqueles que registram se vc passou no sinal vermelho ou não. É que pode ter alguém com uma pequena câmera digital na mão, fotografando as traseiras dos carros que passam… Depois, com posse das placas e das fotos, com a ajuda de despachantes, descobrem os endereços e nomes dos proprietários desses veículos… Daí, com um computador meia-boca e uma impressora laser idem, imprimem boletos com o mesmo aspecto das multas reais… só que os dados para liquidação são de uma conta de um laranjão…
A vítima recebe pelo correio, xinga, mas fica na dúvida se passou ou não, e acaba pagando no banco ou via internet, SEM VERIFICAR no site do DETRAN se essa multa existe mesmo… ele pode até conferir depois de uns dias e constatar que o seu cadastro está LIMPO… Daí, elogia a rapidez e a eficiência do DETRAN… só que ele levou um golpe e nem percebeu…
ANTES de pagar QUALQUER multa de trânsito, entre no site do Detran do seu estado e veja se ela existe mesmo.
Fiquem de olho!!!
Informação! Mais um serviço do amigo Leoni R. Dantas, pensando no seu bem estar e no da sua família.
A vítima recebe pelo correio, xinga, mas fica na dúvida se passou ou não, e acaba pagando no banco ou via internet, SEM VERIFICAR no site do DETRAN se essa multa existe mesmo… ele pode até conferir depois de uns dias e constatar que o seu cadastro está LIMPO… Daí, elogia a rapidez e a eficiência do DETRAN… só que ele levou um golpe e nem percebeu…
ANTES de pagar QUALQUER multa de trânsito, entre no site do Detran do seu estado e veja se ela existe mesmo.
Fiquem de olho!!!
Informação! Mais um serviço do amigo Leoni R. Dantas, pensando no seu bem estar e no da sua família.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Torneiras juntas ou separadas, mas enchendo um certo tanque no tempo
Duas torneiras juntas enchem um tanque em 3:45h. Uma das torneiras sozinha enche esse tanque em 4:00 horas a menos que a outra. Quantas horas gastariam cada uma das torneiras para encher o mesmo tanque?
A) 6h e 10h
B) 5h e 9h
C) 7h e 11h
D) 8h e 12h
E) 4:45h e 8:45h
Solução:
Inicialmente, vamos supor que nas torneiras exista água pois, não sendo assim, não haveria solução possível. É que às vezes, pelas torneiras não passa água e todos já sabemos disto!
Sejam T1 e T2 as torneiras em questão.
Pelo enunciado, [T1 (+) T2] (as duas juntas) enchem o tanque em 3:45h.
Vamos transformar 3:45h na forma decimal.
Ora, 3:45h = 3 horas e 45 minutos = 3h + 45 min = 3h + (45/60) h = 3h + 0,75h = 3,75h
Nota: nem é preciso lembrar que 1 h = 60 min, o que justifica 45/60 = 0,75h.
Seja x o número de horas que a torneira T1 encheria o tanque.
Nestas condições, a torneira T2 encheria o tanque em (x + 4) horas pois isto significa que T1 encheria o tanque 4 horas a menos do que T2.
Estes tipos de problema são facilmente resolvidos adotando a redução a uma hora, ou seja, calcular o volume de água preenchido em uma hora = 1h.
Seja V o volume do tanque.
Poderemos escrever então, as seguintes regras de três:
Para a torneira T1:T1: x (h) ....................... V1 (h)......................... V1 , onde V1 é o volume enchido pela torneira T1 em 1h.
Daí tiramos V1 = V / x onde V1 é o volume preenchido em 1h pela torneira T1.
Para a torneira T2 :T2 : (x + 4) (h) ..................... V1 (h) ..................... V2 , onde V2 é o volume enchido pela torneira T2 em 1h.
Daí tiramos V2 = V / (x + 4) onde V2 é o volume enchido pela torneira T2 em 1h.
Já sabemos que as duas torneiras juntas enchem o tanque em 3,75h.
É óbvio que em uma hora, as duas torneiras juntas encherão o volume V1 + V2 = V / x + V / (x + 4). Portanto, podemos escrever a seguinte regra de três:3,75 h ................................. V1,00 h ................................. V1 + V2Então, poderemos escrever: 3,75 (V1 + V2) = 1,00 . V3,75V1 + 3,75V2 = VSubstituindo os valores de V1 e V2 obtidos acima, vem:3,75 (V / x) + 3,75(V / (x + 4)) = VColocando V em evidencia, vem:V[3,75 / x + 3,75 / (x + 4)] = 1.VSimplificando o termo comum V, fica:3,75 / x + 3,75 / (x + 4) = 1Vamos então resolver a equação acima:Efetuando a adição indicada no primeiro membro:Daí conclui-se que 3,75(x + 4) + 3,75x = x(x + 4)Efetuando a multiplicação indicada no segundo membro da igualdade, fica:3,75(x + 4) + 3,75x = x2 + 4xIgualando a zero, vem:x2 + 4x – 3,75(x + 4) – 3,75x = 0Portanto,x2 + 4x – 3,75x – 15 – 3,75x = 0Simplificando, vem:x2 – 3,50x – 15 = 0 , que é uma equação do segundo grau .Portanto, resolvendo pela Fórmula de Bhaskara:Logo as raízes serão: x’ = (3,50 + 8,50) / 2 = 6 ou x’’ = (3,50 – 8,50) / 2 = -2,50Lembrando que x é o número de horas que a torneira T1 encheria o tanque, vemos que a segunda raiz não serve ao problema e portanto x = 6 h.Como a torneira T2 leva (x + 4) horas para encher o mesmo tanque, teremos x + 4 = 6 + 4 = 10 h. Portanto, a resposta do problema proposto é:Uma das torneiras gastaria 6 horas para encher o tanque sozinha e a outra gastaria 10 horas, o que nos leva tranqüilamente à alternativa A.
Trigonometria
TRIGONOMETRIA NO ENSINO MÉDIO
TRIGONOMETRIA
Introduzimos aqui alguns conceitos relacionados com a Trigonometria no triângulo retângulo, assunto comum na oitava série do Ensino Fundamental. Também dispomos de uma página mais aprofundada sobre o assunto tratado no âmbito do Ensino Médio.
A trigonometria possui uma infinidade de aplicações práticas. Desde a antiguidade já se usava da trigonometria para obter distâncias impossíveis de serem calculadas por métodos comuns.
Algumas aplicações da trigonometria são:
- Determinação da altura de um certo prédio.
- Os gregos determinaram a medida do raio de terra, por um processo muito simples.
- Seria impossível se medir a distância da Terra à Lua, porém com a trigonometria se torna simples.
- Um engenheiro precisa saber a largura de um rio para construir uma ponte, o trabalho dele é mais fácil quando ele usa dos recursos trigonométricos.
- Um cartógrafo (desenhista de mapas) precisa saber a altura de uma montanha, o comprimento de um rio, etc. Sem a trigonometria ele demoraria anos para desenhar um mapa.
Tudo isto é possível calcular com o uso da trigonometria do triângulo retângulo.
TRIANGULO RETANGULO
É um triângulo que possui um ângulo reto, isto é, um dos seus ângulos mede noventa graus, daí o nome triângulo retângulo. Como a soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°, então os outros dois ângulos medirão 90°.
Observação: Se a soma de dois ângulos mede 90°, estes ângulos são denominados complementares, portanto podemos dizer que o triângulo retângulo possui dois ângulos complementares.
LADOS DE UM TRIANGULO RETANGULO – DEFINIÇÃO
Os lados de um triângulo retângulo recebem nomes especiais. Estes nomes são dados de acordo com a posição em relação ao ângulo reto. O lado oposto ao ângulo reto é a hipotenusa. Os lados que formam o ângulo reto (adjacentes a ele) são os catetos.
Termo
Origem da palavra
Cateto
Cathetós:(perpendicular)
Hipotenusa
Hypoteinusa:Hypó(por baixo) + teino(eu estendo)
Para padronizar o estudo da Trigonometria, adotaremos as seguintes notações:
Letra
Lado
Triângulo
Vértice = Ângulo
Medida
a
Hipotenusa
A = Ângulo reto
A=90°
b
Cateto
B = Ângulo agudo
B<90°
c
Cateto
C = Ângulo agudo
C<90°
Os catetos recebem nomes especiais de acordo com a sua posição em relação ao ângulo sob análise. Se estivermos operando com o ângulo C, então o lado oposto, indicado por c, é o cateto oposto ao ângulo C e o lado adjacente ao ângulo C, indicado por b, é o cateto adjacente ao ângulo C.
Ângulo
Lado oposto
Lado adjacente
C
c cateto oposto
b cateto adjacente
B
b cateto oposto
c cateto adjacente
Um dos objetivos da trigonometria é mostrar a utilidade do conceitos matemáticos no nosso cotidiano. Iniciaremos estudando as propriedades geométricas e trigonométricas no triângulo retângulo. O estudo da trigonometria é extenso e minucioso.
PROPRIEDADES DE UM TRIANGULO RETANGULO
1. Ângulos: Um triângulo retângulo possui um ângulo reto e dois ângulos agudos complementares.
2. Lados: Um triângulo retângulo é formado por três lados, uma hipotenusa (lado maior) e outros dois lados que são os catetos.
3. Altura: A altura de um triângulo é um segmento que tem uma extremidade num vértice e a outra extremidade no lado oposto ao vértice, sendo que este segmento é perpendicular ao lado oposto ao vértice. Existem 3 alturas no triângulo retângulo, sendo que duas delas são os catetos. A outra altura (ver gráfico acima) é obtida tomando a base como a hipotenusa, a altura relativa a este lado será o segmento AD, denotado por h e perpendicular à base.
Fonte: Matemática Essencial: Trigonometria: Trigonometria do triangulo retângulo
OBS: Para saber mais sobre a trigonometria e suas aplicações visite:
www.somatematica.com.br
TRIGONOMETRIA
Introduzimos aqui alguns conceitos relacionados com a Trigonometria no triângulo retângulo, assunto comum na oitava série do Ensino Fundamental. Também dispomos de uma página mais aprofundada sobre o assunto tratado no âmbito do Ensino Médio.
A trigonometria possui uma infinidade de aplicações práticas. Desde a antiguidade já se usava da trigonometria para obter distâncias impossíveis de serem calculadas por métodos comuns.
Algumas aplicações da trigonometria são:
- Determinação da altura de um certo prédio.
- Os gregos determinaram a medida do raio de terra, por um processo muito simples.
- Seria impossível se medir a distância da Terra à Lua, porém com a trigonometria se torna simples.
- Um engenheiro precisa saber a largura de um rio para construir uma ponte, o trabalho dele é mais fácil quando ele usa dos recursos trigonométricos.
- Um cartógrafo (desenhista de mapas) precisa saber a altura de uma montanha, o comprimento de um rio, etc. Sem a trigonometria ele demoraria anos para desenhar um mapa.
Tudo isto é possível calcular com o uso da trigonometria do triângulo retângulo.
TRIANGULO RETANGULO
É um triângulo que possui um ângulo reto, isto é, um dos seus ângulos mede noventa graus, daí o nome triângulo retângulo. Como a soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°, então os outros dois ângulos medirão 90°.
Observação: Se a soma de dois ângulos mede 90°, estes ângulos são denominados complementares, portanto podemos dizer que o triângulo retângulo possui dois ângulos complementares.
LADOS DE UM TRIANGULO RETANGULO – DEFINIÇÃO
Os lados de um triângulo retângulo recebem nomes especiais. Estes nomes são dados de acordo com a posição em relação ao ângulo reto. O lado oposto ao ângulo reto é a hipotenusa. Os lados que formam o ângulo reto (adjacentes a ele) são os catetos.
Termo
Origem da palavra
Cateto
Cathetós:(perpendicular)
Hipotenusa
Hypoteinusa:Hypó(por baixo) + teino(eu estendo)
Para padronizar o estudo da Trigonometria, adotaremos as seguintes notações:
Letra
Lado
Triângulo
Vértice = Ângulo
Medida
a
Hipotenusa
A = Ângulo reto
A=90°
b
Cateto
B = Ângulo agudo
B<90°
c
Cateto
C = Ângulo agudo
C<90°
Os catetos recebem nomes especiais de acordo com a sua posição em relação ao ângulo sob análise. Se estivermos operando com o ângulo C, então o lado oposto, indicado por c, é o cateto oposto ao ângulo C e o lado adjacente ao ângulo C, indicado por b, é o cateto adjacente ao ângulo C.
Ângulo
Lado oposto
Lado adjacente
C
c cateto oposto
b cateto adjacente
B
b cateto oposto
c cateto adjacente
Um dos objetivos da trigonometria é mostrar a utilidade do conceitos matemáticos no nosso cotidiano. Iniciaremos estudando as propriedades geométricas e trigonométricas no triângulo retângulo. O estudo da trigonometria é extenso e minucioso.
PROPRIEDADES DE UM TRIANGULO RETANGULO
1. Ângulos: Um triângulo retângulo possui um ângulo reto e dois ângulos agudos complementares.
2. Lados: Um triângulo retângulo é formado por três lados, uma hipotenusa (lado maior) e outros dois lados que são os catetos.
3. Altura: A altura de um triângulo é um segmento que tem uma extremidade num vértice e a outra extremidade no lado oposto ao vértice, sendo que este segmento é perpendicular ao lado oposto ao vértice. Existem 3 alturas no triângulo retângulo, sendo que duas delas são os catetos. A outra altura (ver gráfico acima) é obtida tomando a base como a hipotenusa, a altura relativa a este lado será o segmento AD, denotado por h e perpendicular à base.
Fonte: Matemática Essencial: Trigonometria: Trigonometria do triangulo retângulo
OBS: Para saber mais sobre a trigonometria e suas aplicações visite:
www.somatematica.com.br
domingo, 23 de agosto de 2009
sábado, 22 de agosto de 2009
Desafio de Matemática
Logo abaixo tem a resolução passo a passo para entender o problema.
"EU TENHO O DOBRO DA IDADE QUE TU TINHAS QUANDO EU TINHA A TUA IDADE. QUANDO TU TIVERES A MINHA IDADE, A SOMA DAS NOSSAS IDADES SERÁ DE 45 ANOS. QUAIS SÃO AS NOSSAS IDADES?"
Resolução:
Tu TINHAS uma idade que chamaremos de x e hoje TEM uma idade que chamaremos de y.
Eu TENHO o dobro da idade que tu tinhas quando eu tinha a tua idade atual y (o dobro de x) , ou seja, eu TENHO 2x anos.
ENTÃO:
Tu TINHAS x e agora tem y. Eu TINHA y e agora tenho 2x.
Portanto temos que:
y-x = 2x-y
2y=3x
x=(2/3)*y
Substituindo o valor de x, temos:
Tu TINHAS (2/3)*y e agora tem y.Eu TINHA y e agora tenho (4/3)*y.
Agora preste atenção na segunda frase:
QUANDO TU TIVERES A MINHA IDADE, A SOMA DAS NOSSAS IDADES SERÁ DE 45 ANOS.
Tu tem y, e para ter a minha idade, que é (4/3)*y, deve-se somar a tua idade y com mais (1/3)*y.
Somando y + (1/3)*y você terá a minha idade, ou seja, você terá (4/3)*y.
Como somamos (1/3)*y à sua idade, devemos somar à minha também, ou seja:
Agora eu tenho (4/3)*y + (1/3)*y, logo eu tenho (5/3)*y.
A soma de nossas idades deve ser igual a 45 anos:
(4/3)*y + (5/3)*y=45 *y + (5/3)*y=45
(9/3)*y=45
3y=45
y=15
No início descobrimos que x=(2/3)*y, portanto x=(2/3)*15, logo x=10.
Finalmente: QUAIS SÃO AS NOSSAS IDADES???
Como dissemos no início, a tua idade atual é y, ou seja, 15 anos. E a minha idade é 2x, ou seja, 2.10, que é igual a 20 anos.
Portanto as idades são 20 e 15 anos.
"EU TENHO O DOBRO DA IDADE QUE TU TINHAS QUANDO EU TINHA A TUA IDADE. QUANDO TU TIVERES A MINHA IDADE, A SOMA DAS NOSSAS IDADES SERÁ DE 45 ANOS. QUAIS SÃO AS NOSSAS IDADES?"
Resolução:
Tu TINHAS uma idade que chamaremos de x e hoje TEM uma idade que chamaremos de y.
Eu TENHO o dobro da idade que tu tinhas quando eu tinha a tua idade atual y (o dobro de x) , ou seja, eu TENHO 2x anos.
ENTÃO:
Tu TINHAS x e agora tem y. Eu TINHA y e agora tenho 2x.
Portanto temos que:
y-x = 2x-y
2y=3x
x=(2/3)*y
Substituindo o valor de x, temos:
Tu TINHAS (2/3)*y e agora tem y.Eu TINHA y e agora tenho (4/3)*y.
Agora preste atenção na segunda frase:
QUANDO TU TIVERES A MINHA IDADE, A SOMA DAS NOSSAS IDADES SERÁ DE 45 ANOS.
Tu tem y, e para ter a minha idade, que é (4/3)*y, deve-se somar a tua idade y com mais (1/3)*y.
Somando y + (1/3)*y você terá a minha idade, ou seja, você terá (4/3)*y.
Como somamos (1/3)*y à sua idade, devemos somar à minha também, ou seja:
Agora eu tenho (4/3)*y + (1/3)*y, logo eu tenho (5/3)*y.
A soma de nossas idades deve ser igual a 45 anos:
(4/3)*y + (5/3)*y=45 *y + (5/3)*y=45
(9/3)*y=45
3y=45
y=15
No início descobrimos que x=(2/3)*y, portanto x=(2/3)*15, logo x=10.
Finalmente: QUAIS SÃO AS NOSSAS IDADES???
Como dissemos no início, a tua idade atual é y, ou seja, 15 anos. E a minha idade é 2x, ou seja, 2.10, que é igual a 20 anos.
Portanto as idades são 20 e 15 anos.
Gripe suína é coisa séria!
Comprovada a contaminação em um porco, em 1930, sendo isolado posteriormente, e em março de 2009 reaparece, causando aproximadamente 200 óbitos no Brasil até o momento, é de se preocupar. Como exemplo, o HIV, detectado em 1959, sem identificação precisa, sendo congelado, descobriu-se na década de 80 que se tratava do vírus da AIDS. Com o Influenza A, a história se repete. Permanecendo vivo em formol, entre outros processos para estudos e comparações futuras, com resultados de doenças viróticas infecto-contagiosas, há de se compreender que ele existe e interrompe a vida humana. A Secretaria de Saúde e Vigilância Epidemiológica devem ficar atentas e perfeitamente preparadas para evitar uma possível pandemia. De 1918 a 1919, a Gripe Espanhola, matou aproximadamente 100 milhões de pessoas no mundo. Em dois anos, a velocidade da propagação foi surpreendente, não existindo reações que freassem a pandemia em tempo hábil.
Hoje o mundo com 6,5 bilhões de habitantes, caso os 100 milhões tivessem morrido por morte natural, quantos habitantes teríamos? Mas a realidade é esta que estamos vivendo, enquanto o Influenza A (H1N1) se espalha pelos continentes com grande velocidade, existindo a melhor forma de evitar a contaminação, que é a prevenção atenta e rigorosa, enquanto não surge a vacina. Para isso, o uso de máscaras, ter hábitos de higiene regulares, como lavar as mãos, usar lenços descartáveis ao tossir ou espirrar, evitar o contato das mãos com olhos, nariz e boca depois de tocar em superfícies, evitar aglomerações em ambientes fechados e ter hábitos saudáveis, como hidratação corporal, alimentação equilibrada e atividade física, é indispensável. Caso ocorra a contaminação, 5 dias após o início dos sintomas, deve-se evitar sair de casa, pois este é o período de transmissão da Gripe Suína.
Em se tratando de grandes aglomerações, segundo Infectologistas, partidas de futebol, shows, eventos religiosos, festivais, comícios etc., podem ser realizados, tomando todas as precauções para prevenção. Como somente hoje, chegou ao Brasil a cepa do vírus para desenvolver a vacina contra o Influenza A (H1N1), que só ficará pronta de cinco a seis meses, totalizando 30 milhões de unidades, e em caráter de emergência o país está importando dos EEUU, 18 milhões de vacinas, resta então cada indivíduo conscientizar que a prevenção é extremamente importante e eficaz. Nesse contexto, só existem duas alternativas: interromper as atividades humanas que formam qualquer aglomeração, ou prevenir-se com cautela e segurança, da mesma forma que se previne de outras doenças infecto-contagiosas. Se a hemaglutinina e neuraminidadase, proteínas que compõem o Vírus da Gripe Suína existem, os humanos, por certo saberão como evitar a contaminação. Nesse contexto, parafraseando Ramon Molinero, “O naufrágio é coletivo, a salvação é individual”
(Fonte: André Paulo Barros CairoMovimento Contra a Morte Prematura - MCMP)
Hoje o mundo com 6,5 bilhões de habitantes, caso os 100 milhões tivessem morrido por morte natural, quantos habitantes teríamos? Mas a realidade é esta que estamos vivendo, enquanto o Influenza A (H1N1) se espalha pelos continentes com grande velocidade, existindo a melhor forma de evitar a contaminação, que é a prevenção atenta e rigorosa, enquanto não surge a vacina. Para isso, o uso de máscaras, ter hábitos de higiene regulares, como lavar as mãos, usar lenços descartáveis ao tossir ou espirrar, evitar o contato das mãos com olhos, nariz e boca depois de tocar em superfícies, evitar aglomerações em ambientes fechados e ter hábitos saudáveis, como hidratação corporal, alimentação equilibrada e atividade física, é indispensável. Caso ocorra a contaminação, 5 dias após o início dos sintomas, deve-se evitar sair de casa, pois este é o período de transmissão da Gripe Suína.
Em se tratando de grandes aglomerações, segundo Infectologistas, partidas de futebol, shows, eventos religiosos, festivais, comícios etc., podem ser realizados, tomando todas as precauções para prevenção. Como somente hoje, chegou ao Brasil a cepa do vírus para desenvolver a vacina contra o Influenza A (H1N1), que só ficará pronta de cinco a seis meses, totalizando 30 milhões de unidades, e em caráter de emergência o país está importando dos EEUU, 18 milhões de vacinas, resta então cada indivíduo conscientizar que a prevenção é extremamente importante e eficaz. Nesse contexto, só existem duas alternativas: interromper as atividades humanas que formam qualquer aglomeração, ou prevenir-se com cautela e segurança, da mesma forma que se previne de outras doenças infecto-contagiosas. Se a hemaglutinina e neuraminidadase, proteínas que compõem o Vírus da Gripe Suína existem, os humanos, por certo saberão como evitar a contaminação. Nesse contexto, parafraseando Ramon Molinero, “O naufrágio é coletivo, a salvação é individual”
(Fonte: André Paulo Barros CairoMovimento Contra a Morte Prematura - MCMP)
domingo, 16 de agosto de 2009
Entre Globo e Record, qual é pior?
No mundo político, o povo brasileiro votou na esperança de que o eleito tente resolver os problemas sociais mas tem que aguentar as brigas no Senado. Nós votamos para ver essas "baixarias". Mas, como a realidade é algo que muda o tempo inteiro, enquanto bares e restaurantes se tornaram ambientes bem mais amigáveis aos seres humanos respiradores de oxigênio, o ambiente eletrônico da televisão anda tão esquentado que derreteu até o bombril da antena aqui de casa. Globo e Record se inspiraram no glorioso Senado Nacional e partiram pro chute na canela. Bom para todos nós. Quando os grandes e enormes brigam, parte do muito que eles sabem e a gente não, vem à tona. Pra começo de conversa, devemos lembrar que essas duas redes de comunicações têm em comum apenas isso: serem duas redes de comunicação. No resto, Globo e Record são animais muito diferentes, mesmo que dotados de dentes grandes e mesmas intenções de predadores.A Globo é como uma novela da Globo, que nos conta historinhas para boi dormir. Nenhuma novela da Globo quer mudar o mundo ou nos tornar pessoas melhores. Ela nos convida a comprar xampu, iogurte e automóvel, mais nada. Assim é a Globo.Ela também é a expoente de uma era de grandes veículos que faziam e desfaziam o mundo em que vivíamos. A lógica de uma Globo é a de qualquer grande empresa ligada aos interesses do grande capital, e naturalmente as intenções desse povo nunca foram ajudar o mundo a ser um lugar mais legal, igualitário e modelado pela fraternidade socialista. A Globo é consequência do golpe militar, e não é exatamente surpreendente perceber que nasceu pra ser uma aliada natural e defensora de uma certa ordem. Mas ela também faz televisão de excelente qualidade, coisas do Guel Arraes, do Jorge Furtado, entre outras. Ela faz quando quer, só não quer mais porque parece que não precisa. A Record é uma grande igreja do bispo Macedo com fachada de rede de comunicações. E a igreja do bispo Macedo não é moleza. Os tais templos dele têm cara de cartório e alma de cobrador de impostos. Entrou ali, pimba, você está achado por eles e perdido pra sempre. Eu lembro de ter escutado o bispo Macedo uma vez apenas, em um táxi de um convertido e salvo pela igreja do bispo.Não sei se vocês já escutaram, mas é assustador o tal bispo. Assustador pelo tom da voz, de vampiro de filme do Polansky, assustador pela total falta de escrúpulos na hora de dizer a que veio e o que espera da gente. A igreja do bispo Macedo é que nem novela da Globo, só que sem a novela - débito ou crédito, estimado crente?Uma rede de comunicações de uma igreja dessas faz o que, afinal das contas? Mesmo que ela faça jornalismo com bons profissionais, o que eles tiveram que fazer ontem e anteontem diante das câmeras foi dar a mensagem do chefe. E, diferentemente da Globo, o chefe da Record é o bispo!Eu tenho saudades do SBT e da Tele Sena. Pelo menos ali ficava na cara que o que o Silvio Santos tinha era uma rede de televisão inteira devotada a vender Tele Sena. Assim, com as coisas claras e simplinhas, tudo, mas tudo mesmo fica mais fácil.A Globo queria a nossa mente e o nosso corpo, hoje se satisfaz com uma parte razoável do nosso bolso, e ainda faz o Criança Esperança pra mostrar que é legal. A Globo é como a igreja Católica, que faz o que faz, mas com um jeito pra lá de respeitável.A Record quer o que? Ela quer enfiar o exu caveira na gente e cobrar pra tirar, em suaves prestações mensais, pelos próximos 30 anos.A Globo é conseqüência e representante de um modelo de sociedade que parece que se esgota. A Record é parte de um império tão sibilino quanto raso, se espalha por todo canto, mas, espero, não faz mais do que manchar o carpete.A diferença, e talvez seja essa a causa da briga das duas, é que a Globo é uma empresa. Se ela precisa de dinheiro, tem que ir ali adiante, trabalhar, vender, faturar, pagar seus impostos, gerar lucro e então poder tocar no din din. A Record, não. Escasseou o caixa, aluga-se o Maracanã, faz-se uma celebração para Jesus Cristinho na versão do bispo, junta-se duzentos mil coitados, passa-se o saco, todo mundo contribui ou vai ver só, leva-se os sacos de dinheiro pros templos, pronto. Cash flow pra ninguém botar defeito, fora todo mundo com alguma decência no coração.Talvez seja essa a causa da briga, como foi a causa da queda do Collor. Collor caiu, como talvez vocês saibam, porque uma vez no poder, com a tolerância do andar hiper de cima, começou a acumular dinheiro com uma voracidade alagoense e até então desconhecida. O andar de cima tremeu, Collor caiu.Talvez o sistema esteja informando ao bispo que melhor ele moderar a taxa de acumulação de capital, ou o céu cai em cima dele. Talvez o bispo já se sinta poderoso o bastante para peitar a banca.Eu apostaria a minha fortuna pessoal, estimada em dez reais e quarenta e dois centavos, em que é exatamente isso que está acontecendo. E o que está em jogo é limitar o poder do bispo, e por isso, e por motivos de alinhamento estratégico semelhantes aos que fizeram o Lula abraçar o Sarney, nessa, e nessa apenas e por agora, estou com a Globo. Já o estimado leitor, faça a sua escolha. Se o bispo ganha, e ele pode ganhar, logo, logo, não tem mais escolha. (fonte: Marcelo Carneiro da Cunha - terra magazine)
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