sábado, 19 de dezembro de 2009

O professor



De que adianta fazermos provas?
Para que avaliar o professor, se a pedra preciosa, chamado aluno, não recebeu polimento em casa?
O que nos falta, então? A nós professores falta nos deixarem trabalhar.

E se quisermos continuar fazendo comparações, podemos dizer que a pedra preciosa que são os estudantes já é preciosa ao sair de casa. Em nossas mãos deverá receber aquele polimento que a ajudará brilhar. Mas esse brilho já lhe é implícito pela educação trazida do lar. De onde vem esse brilho que nós podemos evidenciar? De algo que vem de casa: dos valores éticos e posturas morais, da educação aprendida no lar, do respeito a si e ao outro, dos limites e concessões estabelecidos pela família, da seriedade com que pais e mães tratam seus filhos. Não podemos transformar um pedregulho num diamante, mas podemos transformar um diamante numa jóia preciosa com valor incalculável. Nós só agregamos valores ao valor que nos é entregue.

Sendo assim, para resgatarmos a autoridade do professor, com a qual ele poderá melhor desempenhar sua função é fazer com que cada instituição cumpra o seu papel para que todos construamos uma sociedade mais habitável. Escola não é casa de correção, mas espaço de ensino. Se os responsáveis pelos delinqüentes fizessem seu trabalho de coibição e correção sobraria espaço, nas escolas e na ação do professor, para desenvolver melhor seu trabalho; se as famílias estabelecerem os limites do que pode e não pode em relação ao outro, o professor poderá exercer melhor seu papel de lapidador de jóias raras. Mas não é o que ocorre. Pelo fato de outras instituições não fazerem aquilo para o que existem, acabam jogando todas as responsabilidades para a escola. E quem leva a chicotada é o professor.
No seu dia a dia de trabalho, o professor não tem tempo suficiente para estudar e devido ao excesso de aulas em duas ou três escolas, mal prepara a sua aula, baseando a aula no nível dos alunos. E pelo excesso de aulas o professor está desatualizado, tanto no conteúdo especifico, quanto nas propostas curriculares entre outras leituras pedagógicas necessárias. Um exemplo vivenciado nas escolas, um professor por vários anos prefere e gosta de dar aulas para alunos do ensino fundamental, 6º ano (antiga 5ª série). Esse professor domina todo o conteúdo da série, mas está desatualizado em relação às séries superiores. Qual será o resultado na “prova” elaborada pelos “especialistas” em educação da escola pública? A 10 ou 15 anos atrás nunca precisou avaliar professores e os alunos tinham um bom aproveitamento e não era porque os professores estavam mais bem preparados, mas sim porque o sistema educacional tanto na escola como em casa era diferente. Evidentemente hoje a realidade é outra (liberdade de expressão, democracia, estatuto do menor e do adolescente, etc) porém, o professor não tem culpa.

Um comentário:

  1. O verdadeiro professor é aquele que veste a camisa, cuidando bem das crianças, adolescentes e dos marmanjos do ensino médio. Imagine ter levar trabalhos e provas para casa...para ganhar uns míseros trocados no fim do mês, ou no 5º dia útil.Realmente para que avaliar professor se esses alunos (de escola pública e alguns dos particulares) não querem estudar, jamais pegam o livro para estudar em casa...Se o governo não providenciar um maior interesse nesses jovens teremos muitos trabalhando em sub empregos, vendendo churrasquinho, ou fugindo da fiscalização dos camelôs clandestinos.Sou aluno de escola pública e vejo como é dificil dar aula. O desinteresse é total e eu com mais uns 3 colegas é que salvamos a imagem dos professores.

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